Connect with us

Comportamento

Por que os pais estão preferindo os desenhos dos anos 90 para os filhos?

Published

on

desenho criancas - Por que os pais estão preferindo os desenhos dos anos 90 para os filhos?

Muito mais do que uma dose de nostalgia, a decisão de apresentar desenhos clássicos dos anos 90 aos filhos tem conquistado o coração de muitos pais — e a aprovação de neuropsicólogos. Em tempos de telas dominadas por estímulos intensos, ritmos acelerados e cores explosivas, resgatar animações mais calmas tem se mostrado uma estratégia inteligente para o desenvolvimento saudável das crianças.

Anúncios

De acordo com especialistas da área de neuropsicologia, as animações antigas possuem uma narrativa mais lenta, falas pausadas e menos estímulos visuais e sonoros, o que facilita a concentração e a compreensão por parte das crianças. Essas características favorecem o desenvolvimento da linguagem, da atenção e até mesmo de um sono mais tranquilo — pontos frequentemente prejudicados em conteúdos mais modernos.

Para a neuropsicóloga infantil Carla Mantovani, os clássicos ajudam a criança a “acompanhar a história com mais envolvimento e menos ansiedade, pois oferecem o tempo necessário para processar as falas e os acontecimentos”. Ela também destaca que o ritmo menos frenético dos episódios evita a chamada sobrecarga sensorial, comum nos desenhos atuais.

O perigo dos excessos: quando o estímulo vira agitação

Embora os desenhos modernos sejam envolventes, com seus personagens saltitantes, músicas chicletes e cores vibrantes, nem sempre eles colaboram com a saúde emocional e cognitiva dos pequenos. Muitos desses programas trabalham com cortes rápidos e uma sucessão de estímulos que exigem atenção constante — algo que pode deixar a criança mais agitada, dificultar o sono e até interferir no aprendizado da fala.

desenho criancas 2 - Por que os pais estão preferindo os desenhos dos anos 90 para os filhos?

“O cérebro da criança ainda está em desenvolvimento e precisa de pausas, de silêncios, de ritmos naturais. Os conteúdos muito acelerados não acompanham esse ritmo interno, o que pode gerar irritabilidade e hiperatividade”, explica o neuroeducador Luiz Eduardo Rizzo, que estuda os efeitos da tecnologia no comportamento infantil.

Anúncios

Episódios curtos, sem maratonas: o que recomendam os especialistas

Mesmo quando se trata de conteúdos considerados mais leves, os especialistas alertam: a maratona de desenhos não é indicada. O ideal, segundo a orientação profissional, é que as sessões sejam curtas e alternadas com atividades longe das telas, como leitura, música ou brincadeiras ao ar livre.

Nesse sentido, os desenhos antigos, por sua própria estrutura, também ajudam a limitar o tempo de tela: episódios de curta duração, com começo, meio e fim bem definidos, facilitam a pausa — o que é mais difícil em séries modernas que incentivam o famoso “só mais um episódio”.

Quais desenhos clássicos estão entre os mais indicados?

Muitos dos títulos que embalaram a infância dos pais nos anos 80 e 90 voltaram à cena, disponíveis em plataformas como YouTube, Prime Video e Disney+. Entre os favoritos, destacam-se:

Anúncios

Castelo Rá-Tim-Bum, Cocoricó, Turma da Mônica clássica, Rugrats, O Pequeno Urso, Doug, Franklin, Barney e Seus Amigos, Teletubbies (versão original), He-Man, Caverna do Dragão, Tico e Teco, Timão e Pumba e O Fantástico Mundo de Bobby.

Além de acessíveis, esses títulos trazem valores positivos como amizade, empatia, imaginação e respeito às diferenças — sempre embalados por uma estética suave, músicas calmas e um tempo que respeita o ritmo da infância.