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Comportamento

Sono ruim e excesso de celular elevam risco de doenças cardíacas em jovens

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O que poderia parecer apenas um hábito moderno, como passar horas no celular antes de dormir, começa a ganhar contornos preocupantes quando observado de perto pela ciência. Uma pesquisa recente, publicada no Journal of the American Heart Association, revelou que a combinação de sono insuficiente com uso prolongado de telas está associada a um aumento expressivo no risco de desenvolver doenças cardíacas e metabólicas já na infância e adolescência.

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O estudo acompanhou mais de mil jovens na Dinamarca e avaliou o impacto de horas gastas em frente a dispositivos eletrônicos, cruzando esses dados com medições detalhadas de saúde cardiometabólica. Entre os fatores analisados estavam níveis de colesterol, glicose no sangue, pressão arterial, circunferência da cintura e resistência à insulina. A conclusão foi clara: cada hora adicional diante de telas aumentava o risco de alterações prejudiciais ao coração e ao metabolismo.

Quando a rotina digital afeta o coração

Os resultados indicam que adolescentes são particularmente vulneráveis. A exposição prolongada a celulares, tablets ou computadores, quando associada a padrões de sono curtos ou irregulares, cria um cenário ideal para o surgimento precoce de problemas cardiovasculares. Segundo os pesquisadores, esse impacto pode se manifestar ainda mais fortemente na vida adulta, comprometendo a saúde a longo prazo.

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Outro ponto relevante é que o estudo não fez distinção entre diferentes formas de uso das telas, mas especialistas apontam que há diferenças. Atividades passivas, como assistir a vídeos ou navegar sem propósito pelas redes sociais, tendem a ser mais prejudiciais, pois favorecem o sedentarismo e a sobrecarga visual. Já interações mais ativas, como conversar com amigos ou produzir conteúdo, podem ter impacto menor sobre a saúde cardíaca, embora ainda precisem ser melhor investigadas.

A importância do sono na equação

O sono de má qualidade não apenas reduz a energia e o humor no dia seguinte, mas também compromete processos essenciais do organismo, como o equilíbrio hormonal, a regulação da pressão arterial e a reparação celular. Quando essa privação vem acompanhada do uso excessivo de dispositivos, o organismo enfrenta um duplo desafio: menos tempo para se recuperar e mais estímulos que aumentam o estresse físico e mental.

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Um alerta para famílias e educadores

Os pesquisadores reforçam que essa é a primeira vez que um estudo faz uma associação direta entre tempo de tela e risco cardiometabólico em crianças e adolescentes. Embora ainda não seja possível afirmar que as telas causem diretamente os problemas cardíacos, a correlação encontrada é forte o suficiente para acender um alerta.

Isso significa que equilibrar o uso de dispositivos e garantir noites de sono regulares não é apenas uma questão de disciplina ou produtividade escolar — é também uma medida preventiva para proteger o coração desde cedo. Limitar o tempo diante de telas, especialmente antes de dormir, e criar um ambiente propício ao descanso podem ser passos simples, mas eficazes, para reduzir riscos futuros.