Midia
Projeto contra a adultização infantil pode mudar a forma como crianças navegam na internet

A infância, que antes era marcada por brinquedos no quintal e desenhos animados na TV, hoje também acontece nas redes sociais, nos jogos online e nos vídeos curtos que circulam sem filtro. Mas será que estamos prontos para proteger crianças e adolescentes nesse universo? Essa é a pergunta que está no centro de um projeto que pode ser votado ainda esta semana na Câmara dos Deputados e que promete mexer com os rumos da internet no Brasil.
A proposta quer combater a chamada adultização infantil, fenômeno crescente em que crianças são expostas — ou incentivadas — a se comportarem como adultos, especialmente em redes sociais. Com a urgência da pauta prestes a ser decidida, líderes da Câmara avaliam incluir o tema na votação do plenário nos próximos dias. Se houver consenso, o debate vai além dos bastidores e pode transformar em lei um conjunto de regras voltadas à proteção de menores no ambiente digital.
Exposição precoce: quando a infância é atravessada pela lógica da internet
A ideia do projeto é clara: estabelecer barreiras que evitem que crianças sejam expostas a conteúdos inapropriados ou a práticas que possam afetar seu desenvolvimento emocional e psicológico. A proposta exige que empresas de tecnologia com mais de um milhão de usuários infantis ou adolescentes apresentem relatórios semestrais detalhados, indicando as ações tomadas para moderar conteúdos, oferecer canais de denúncia e monitorar abusos.

Além disso, o texto prevê que essas plataformas criem formas de verificação de idade mais eficazes, ampliem a comunicação com os responsáveis legais e desenvolvam mecanismos de transparência sobre a experiência dos menores dentro desses ambientes. Em outras palavras, não basta apenas dizer que é proibido para menores — será preciso provar que a segurança está sendo garantida.
O que está em jogo: proteção ou censura?
Nem tudo são flores no caminho dessa nova legislação. Enquanto apoiadores defendem o projeto como um avanço na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, críticos, especialmente da oposição, levantam a bandeira da censura. Para esses parlamentares, o texto pode abrir brechas para controle excessivo da internet.
Do outro lado, o governo rebate: o foco não é censurar, e sim responsabilizar plataformas digitais por omissões que acabam expondo menores a riscos como assédio, bullying, exploração e violência online. A discussão, inclusive, ganhou força após a polêmica envolvendo o influenciador digital Felca, cuja repercussão escancarou a fragilidade da proteção digital de jovens usuários.
O papel das famílias e o que pode mudar na rotina digital
Para além do debate jurídico e político, o projeto também toca num ponto sensível: a relação das famílias com o uso da internet por parte de crianças e adolescentes. Ao exigir que plataformas mantenham canais diretos com os responsáveis legais, a proposta tenta ampliar a participação dos pais no cotidiano digital dos filhos, algo que hoje, muitas vezes, é terceirizado para os algoritmos.
A medida não exclui a importância da educação e do diálogo dentro de casa, mas pretende somar esforços. Afinal, enquanto os pais tentam acompanhar os passos digitais dos filhos, a internet caminha em velocidade acelerada — e, sem controle, deixa rastros difíceis de apagar.
O que vem pela frente
A expectativa é que o texto avance ainda nesta semana, especialmente após o presidente da Câmara ter determinado a criação de um grupo de trabalho para unificar propostas semelhantes que já tramitam. A previsão é que o tema ganhe espaço em uma comissão geral nesta quarta-feira (20), sinalizando que o assunto está longe de esfriar.
Caso seja aprovado, o projeto pode marcar um novo capítulo na regulamentação do ambiente digital no Brasil — e, mais do que isso, reacender o debate sobre o papel da sociedade em garantir que as crianças tenham o direito de viver plenamente sua infância, longe das pressões e dos perigos do mundo adulto

Social Midia e crítica de cultura pop, Renata domina o mundo das fofocas e novelas como ninguém. Com uma trajetória em grandes portais de entretenimento, ela traz uma visão divertida e crítica sobre os bastidores do universo das celebridades e das tramas de novelas. Renata é conhecida pelo seu tom bem-humorado e envolvente, que leva os leitores a se sentirem parte dos acontecimentos, discutindo os detalhes de suas novelas favoritas e compartilhando curiosidades imperdíveis das estrelas.



