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Plantas que atraem carrapatos: quais evitar no jardim de casa

Jardim bonito, mas perigoso? Sim, é possível. Em meio às folhas verdes e ao aroma das plantas que embelezam varandas e quintais, pode estar escondido um inimigo quase invisível, mas muito comum nas estações mais quentes: o carrapato. E embora eles não sejam atraídos diretamente pelas plantas, algumas espécies criam o cenário ideal para que esse pequeno parasita se prolifere com facilidade — e isso pode colocar em risco a saúde de cães, gatos e até dos moradores da casa.
O problema ganha ainda mais relevância quando se entende como esses aracnídeos se comportam. Segundo o veterinário e pesquisador da Fiocruz Rafael Caldas, “o carrapato precisa de um hospedeiro para sobreviver e se alimentar, mas o ambiente onde ele aguarda a passagem de um animal ou pessoa influencia diretamente sua permanência e ciclo reprodutivo”. Ambientes com umidade constante, sombra densa e solo rico em matéria orgânica são perfeitos para que os ovos eclodam e deem origem a novas infestações.
O tipo de planta pode facilitar a presença de carrapatos
Ao contrário do que muita gente pensa, não é o aroma ou a espécie da planta que atrai os carrapatos, mas sim as condições ambientais que ela oferece. Algumas plantas criam sombra permanente, acumulam umidade em suas bases e formam moitas ou folhagens densas — tudo o que esses parasitas procuram para se esconder e completar seu ciclo.
Entre as principais espécies que favorecem esse cenário estão a samambaia, a hera, o capim-limão, a braquiária e até mesmo algumas bananeiras ornamentais, frequentemente utilizadas em jardins tropicais. Essas plantas, quando mantidas em áreas com tráfego constante de animais domésticos, tornam-se verdadeiros pontos de apoio para os carrapatos.
Segundo a engenheira agrônoma Verônica Albino, especialista em paisagismo ecológico, o alerta não é para demonizar as plantas, mas sim para observar como e onde elas são cultivadas. “Quando estão em vasos suspensos, jardineiras isoladas ou em locais sem circulação de animais, não representam perigo. O problema acontece em áreas de gramado ou canteiros amplos, com sombra e alta umidade”, afirma.
Espécies comuns que exigem atenção
Plantas rasteiras ou de crescimento denso, como o capim-limão, formam verdadeiras moitas junto ao solo. Essa vegetação protege o solo da luz direta, mantém a umidade e se torna o esconderijo ideal para carrapatos em fase jovem, que aguardam a aproximação de um novo hospedeiro.
Já as samambaias, muito populares na decoração de interiores e varandas, criam um microclima úmido e sombreado sob suas folhas, mesmo em vasos. A hera, por sua vez, ao se espalhar sobre o solo ou escalar muros, reduz a ventilação e oferece sombra contínua. O mesmo vale para arbustos densos como hibiscos ou sabugueiros, que criam corredores de sombra e folhas baixas, onde os carrapatos podem se posicionar com facilidade.
A bananeira ornamental, com folhas largas e troncos que acumulam matéria orgânica, também deve ser usada com cautela em locais com pets. Seu frescor constante e o acúmulo de umidade ao redor da base da planta oferecem tudo que os parasitas precisam para sobreviver.
Como manter seu jardim livre de carrapatos sem abrir mão da beleza
Se você ama plantas, não precisa abrir mão do seu jardim tropical por causa dos carrapatos. Mas alguns cuidados são fundamentais para garantir a saúde dos animais e dos moradores. Podas frequentes, limpeza das folhas secas acumuladas e boa ventilação são passos importantes.
Verônica Albino recomenda observar o ambiente como um todo. “Um jardim equilibrado precisa de luz solar, arejamento e manejo correto. Quando o espaço é muito fechado, com vegetação densa e sem manutenção, se torna propício a infestações”, explica. Também é essencial manter a verificação regular dos animais domésticos, principalmente se eles circulam por áreas verdes.
Já para quem vive em regiões rurais ou áreas próximas a matas, a atenção deve ser redobrada. “Evite o contato direto de cães com gramíneas altas ou trilhas muito fechadas, e mantenha os antiparasitários em dia”, alerta Rafael Caldas.
Outra dica útil é optar por plantas menos favoráveis à presença de carrapatos, como lavandas, alecrins e sálvias, que além de trazerem aroma agradável ao jardim, preferem ambientes mais secos e ensolarados, dificultando a instalação dos parasitas.

Formada em administração e apaixonada por animais, Suzana dedica sua vida a causas que promovem o bem-estar animal. Com uma habilidade única para transformar sua paixão em palavras, ela escreve sobre pets e o mundo animal de forma envolvente e informativa. Defensora ativa dos direitos dos bichinhos, Suzana alia conhecimento e sensibilidade para inspirar leitores a cuidarem melhor de seus amigos de quatro patas. Seu estilo cativante e cheio de empatia conecta amantes de animais, trazendo dicas, histórias curiosidades que fazem a diferença na vida de tutores e pets.

