Novo remédio não hormonal para menopausa é aprovado nos EUA

Sentir o corpo esquentar de repente, suar durante a madrugada e ainda lidar com irritabilidade e noites mal dormidas não é frescura — faz parte da realidade de milhões de mulheres. Só nos Estados Unidos, mais de um terço das mulheres em menopausa relatam sintomas que podem persistir por dez anos ou mais. Agora, uma nova possibilidade chega para aliviar esse ciclo tão desafiador: o elinzanetant, primeiro medicamento não hormonal aprovado pelo FDA, agência reguladora norte‑americana.

A aprovação, anunciada em 24 de outubro, inaugura um novo capítulo no cuidado da saúde feminina. Isso porque o tratamento não utiliza estrogênio, sendo considerado uma alternativa mais segura para quem não tolera ou simplesmente prefere evitar a terapia hormonal tradicional.

Uma terapia desenvolvida para a mulher real

Durante décadas, a menopausa foi tratada de maneira quase única: reposição hormonal. E sim, ela é eficaz, mas pode trazer incômodos e riscos — como dor de cabeça, sensibilidade nos seios e, em casos específicos, maior probabilidade de coágulos e alguns tipos de câncer. Mulheres com histórico de trombose, por exemplo, muitas vezes não podem recorrer a esse tipo de tratamento.

Por isso, a chegada de uma opção livre de hormônios representa um avanço que impacta diretamente a autonomia da mulher sobre sua própria saúde.

Segundo a pesquisadora JoAnn V. Pinkerton, líder do estudo Oasis II, o novo medicamento vai além do controle das ondas de calor:

“Com a aprovação do elinzanetant pelo FDA, as mulheres terão acesso a uma terapia nova, segura e eficaz para o alívio das ondas de calor e suores noturnos. Devido ao seu duplo antagonismo de receptores, os estudos também demonstraram melhorias no sono e no humor.”

Um benefício que toca em algo essencial: manter a qualidade de vida, no trabalho, em casa e em todas as relações.

O que os estudos mostraram?

Os testes clínicos foram realizados nos Estados Unidos, Europa e Israel, com mulheres entre 40 e 65 anos enfrentando ondas de calor moderadas a severas.

Os resultados chamaram atenção:

• Melhora já na primeira semana
• Redução importante da frequência e intensidade das ondas de calor
• Sono mais contínuo e restaurador
• Sensação geral de bem‑estar na vida cotidiana

No 12º semana, a diferença em relação ao grupo que não recebeu a medicação era expressiva — e promissora.

Os efeitos colaterais relatados foram leves, como dor de cabeça e fadiga, sem registros de eventos graves.

Pinkerton reforça a importância desse marco:

“Muitas mulheres sintomáticas na menopausa continuam sofrendo sem tratamento e apoio. É fundamental que ouçamos nossas pacientes para entender exatamente o que elas estão vivenciando e ajudá‑las a obter o suporte de que precisam.”

Como será o uso do novo medicamento?

O elinzanetant será disponibilizado em cápsulas de gel, administradas uma vez ao dia, preferencialmente à noite, com ou sem alimentos — o que facilita muito a adesão ao tratamento, especialmente para quem já possui uma rotina agitada.

Mais do que acabar com o calor repentino, o novo medicamento simboliza uma mudança cultural: acolher a menopausa com informação, respeito e escolhas.

Durante anos, esse período foi visto como tabu ou um capítulo desconfortável da vida feminina. Hoje, a ciência mostra que as mulheres merecem viver todas as fases com dignidade — inclusive esta, que pode (e deve!) ser leve, saudável e cheia de bem‑estar.

Enquanto a chegada do remédio ao Brasil ainda não tem data confirmada, a notícia traz esperança para milhões de mulheres que esperam ser ouvidas e cuidadas com seriedade e empatia.

Porque menopausa não é o fim de nada.
É apenas o início de um novo ciclo — e agora, com mais conforto e liberdade para escolher.

Maira Morais

Maira Morais, é Mãe, Makeup e influenciadora digital que se destaca no universo da beleza por sua criatividade e técnica refinada. No mercado a anos, decidiu compartilhar dicas de maquiagens, beleza, maternidade e demais inspirações para o universo das mulheres.