Comportamento
Planejamento financeiro para 2026: contadora explica como evitar surpresas e manter o controle do caixa

Com o avanço da Reforma Tributária e um ambiente econômico em transformação, manter o equilíbrio entre custos, impostos e rentabilidade será um dos grandes desafios para quem empreende no Brasil. A falta de planejamento financeiro segue sendo uma das principais causas de fechamento precoce de empresas: segundo o Sebrae, cerca de 60% das PMEs encerram as atividades antes de completar cinco anos, em grande parte por falhas na gestão. Para não repetir esse cenário, é hora de colocar as contas em ordem e encarar o planejamento de 2026 como uma prioridade estratégica.
A contadora Mariane Pereira Oriques, fundadora da Bonanza Consultoria, explica que a organização financeira deve ser encarada como uma ferramenta de sobrevivência. “Não é apenas uma planilha com números, mas um mapa que orienta decisões, investimentos e o crescimento saudável da empresa”, afirma. Segundo ela, um bom planejamento começa antes mesmo do início do exercício, com previsões detalhadas e disciplina na execução.
Revisar o regime tributário é o primeiro passo
O planejamento tributário é um dos pilares de uma boa gestão. O Brasil tem um dos sistemas mais complexos do mundo e, embora a reforma prometa simplificar o processo, ainda há muitas variáveis em jogo. Mariane destaca que a escolha equivocada do regime pode comprometer toda a operação. “Nem sempre o Simples Nacional é o mais vantajoso. É essencial avaliar o enquadramento e entender se ele realmente proporciona o cenário mais favorável para o crescimento”, explica.
Segundo a contadora, iniciar 2026 com um plano tributário revisado e atualizado ajuda a evitar pagamentos indevidos e cria previsibilidade sobre os custos fiscais ao longo do ano.
Provisões trabalhistas: o cuidado que evita apertos
Entre as obrigações mais previsíveis — e, paradoxalmente, mais negligenciadas — estão férias e 13º salário. Muitos empreendedores são surpreendidos por essas despesas justamente por não realizarem provisões mensais. Mariane recomenda destinar uma parte da receita todos os meses para um fundo específico.
“Quando o valor é separado gradualmente, o impacto no fluxo de caixa é muito menor. O ideal é provisionar o equivalente a 1/12 do total mensal e acompanhar essa evolução ao longo do ano”, orienta.
Ela reforça que essa disciplina financeira é o que diferencia negócios preparados de empresas que vivem apagando incêndios em períodos de maior desembolso.
Fluxo de caixa e projeções: o real versus o ideal
Outro erro comum, segundo Mariane, é confundir projeções otimistas com resultados reais. “O empreendedor precisa distinguir o que entrou, o que saiu e o que ainda está previsto. Sem essa clareza, o controle do caixa se torna uma ilusão”, explica.
Ela recomenda montar cenários diferentes — otimista, realista e conservador — e revisar o orçamento periodicamente para ajustar as expectativas. Essa prática ajuda a visualizar como variações de receita ou aumento de despesas impactam o caixa, permitindo decisões mais conscientes ao longo do ano.
Finanças pessoais e empresariais: uma linha que não deve se cruzar
Mariane alerta que misturar finanças pessoais e empresariais é uma das falhas mais destrutivas na rotina de pequenas empresas. “Quando o dono usa o caixa da empresa como se fosse a própria conta, perde-se totalmente a noção da lucratividade e das margens reais”, afirma.
A solução é simples, mas exige comprometimento: manter contas separadas e definir um pró-labore fixo. Essa distinção garante transparência e evita confusão nas tomadas de decisão. Além disso, cria uma base sólida para medir o desempenho real do negócio e planejar reinvestimentos com segurança.
Apoio especializado é investimento, não despesa
Por fim, Mariane reforça que tentar cuidar sozinho de toda a contabilidade e das obrigações fiscais pode sair caro. “A complexidade da nova Reforma Tributária exige acompanhamento técnico. Ter um contador e uma consultoria de confiança não é custo, é investimento”, destaca.
Ela conclui que o ano de 2026 trará novos desafios, mas também oportunidades para quem se planejar com antecedência. “O segredo está em transformar o planejamento financeiro em hábito. Isso traz tranquilidade, clareza e garante a perenidade do negócio.”

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.




