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Dermaplaning: a tendência viral que promete pele lisa — mas será que vale a pena?

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A explosão de vídeos no TikTok exibindo rostos brilhantes, lâminas delicadas e promessas de pele ultra macia colocou o dermaplaning no centro das conversas de beleza. A técnica, que consiste em deslizar uma lâmina fina sobre a pele para retirar a penugem facial e eliminar células mortas, chegou como um ritual quase relaxante nas timelines — mas ainda levanta uma grande pergunta: raspar ou não raspar o rosto?

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Apesar do fascínio visual, é importante entender o que realmente acontece na superfície da pele, quais efeitos essa remoção pode causar e quando o procedimento pode ser mais prejudicial do que benéfico.

O que realmente acontece quando você faz dermaplaning

O dermaplaning promete uma superfície mais lisa, melhor absorção de cosméticos e até um acabamento mais refinado da maquiagem, sobretudo para quem se incomoda com a penugem do rosto — o famoso “peach fuzz”. Embora esses benefícios sejam visíveis de imediato, eles não representam uma mudança estrutural na pele.

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Segundo a dermatologista Dra. Diana Corazza, o efeito luminoso pós-dermaplaning acontece principalmente pela remoção temporária de camadas superficiais de células mortas. “É um alisamento sensorial e momentâneo. Não há comprovação de melhora profunda na textura ou no estímulo ao colágeno”, explica.

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Ou seja, o brilho é real, mas é superficial.

Quando o dermaplaning pode virar um problema

O deslize da lâmina parece simples, porém envolve riscos significativos — especialmente quando realizado em casa. A pele facial não é uniforme e pequenas variações de pressão podem alterar completamente o resultado.

O dermatologista Dr. Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que cortes microscópicos passam despercebidos, mas abrem caminho para irritação, inflamações e proliferação de bactérias. “A barreira cutânea é delicada. Qualquer agressão pode desencadear sensibilidade, ardor e até manchas em peles predispostas”, afirma.

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Esses riscos se tornam ainda maiores para quem convive com:

  • acne ativa
  • dermatites
  • rosácea
  • infecções ou feridas
  • hipersensibilidade

Nesses casos, a própria lâmina pode espalhar inflamações, piorar lesões e comprometer a recuperação natural da pele. Em peles acneicas, por exemplo, pode ocorrer ruptura de pústulas e formação de cicatrizes indesejadas.

Por que a técnica virou moda mesmo com tantas ressalvas?

Existe um grande motivo: resultado imediato. A sensação de pele mais lisa e o efeito glow conquistam quem quer um acabamento impecável na maquiagem ou quem não gosta de pelos faciais. O problema é que o resultado rápido costuma vir acompanhado de expectativas irreais.

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Além disso, a estética “clean girl”, popular nas redes, valoriza superfícies homogêneas e luminosas — algo que o dermaplaning entrega instantaneamente. Mas, apesar da estética atraente, muitos vídeos não explicam o que pode acontecer nos dias seguintes, especialmente quando a técnica não é realizada por um profissional.

Existem alternativas mais seguras para obter os mesmos benefícios

Se o objetivo é esfoliar a pele, estimular renovação celular ou eliminar irregularidades leves, há opções menos agressivas e com risco menor de cortes.

A microdermoabrasão (conhecida como peeling de diamante) é uma delas. Já quem busca diminuir a quantidade de pelos pode considerar a depilação a laser, que reduz o crescimento progressivamente e de modo mais seguro para a maioria dos perfis de pele.

Para quem não quer procedimentos, ácidos como mandélico e lático promovem renovação sem abrasão física — e são mais adequados para peles sensíveis.

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Quando vale considerar o dermaplaning

O dermaplaning pode ser útil em casos pontuais, como preparação da pele antes de uma maquiagem especial ou para quem tem penugem visível e não possui sensibilidade. Mas é essencial optar por profissionais capacitados, com lâminas estéreis e técnicas adequadas.

Também é preciso lembrar que o procedimento não afina o rosto, não reduz manchas e não substitui tratamentos dermatológicos. Seus efeitos fazem parte apenas da camada mais externa da pele e duram pouco tempo.

Raspar ou não raspar? A resposta está na sua pele

Entrar ou não na moda do dermaplaning exige mais do que acompanhar tendências do TikTok. É preciso observar o comportamento da sua pele, entender seus limites e reconhecer que alguns procedimentos que parecem simples podem provocar efeitos indesejados.

Se a sua pele é sensível, oleosa, acneica ou reativa, o melhor caminho é evitar a lâmina. Já se a sua pele é resistente e você busca um efeito imediato para ocasiões específicas, o dermaplaning pode ser feito — desde que com cuidado profissional.

Independentemente da escolha, lembre-se: pele bonita é pele saudável. E isso depende menos de modinhas e mais de decisões informadas, consistência no skincare e respeito ao que sua pele precisa.