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Comportamento

Dezembrite existe — e explica o cansaço emocional que domina dezembro

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dezembrite - Dezembrite existe — e explica o cansaço emocional que domina dezembro
Resumo

• A dezembrite descreve o estresse emocional típico do fim de ano, quando as demandas aumentam e o cansaço acumulado fica mais evidente.
• O período intensifica cobranças internas, expectativas sociais e a sensação de que é preciso “fechar o ano” com tudo resolvido.
• Profissionais da saúde apontam dezembro como um mês de maior tensão, irritabilidade, ansiedade e problemas de sono.
• Reflexões sobre metas não alcançadas e a pressão para criar momentos especiais para outros ampliam a sobrecarga mental.
• Entender o fenômeno ajuda a reduzir impactos emocionais, priorizando limites, autocuidado e escolhas mais leves durante a temporada.

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Para muita gente, dezembro deveria ser sinônimo de luzes piscando, reencontros emocionantes e aquele clima doce de encerramento. Porém, quando a agenda começa a acumular confraternizações, metas pendentes e listas de compras que parecem não ter fim, a sensação muda completamente. O que deveria ser leve se transforma em um período de sobrecarga física e mental, dando origem ao que muitos chamam de dezembrite, uma espécie de “síndrome do fim de ano” que tem se tornado cada vez mais familiar no vocabulário popular.

O que realmente é a dezembrite

No universo da psicologia, o termo ganhou força por traduzir um padrão recorrente de estresse típico das últimas semanas do ano. Trata-se de um estado de tensão ampliado, desencadeado por expectativas sociais, pressão financeira, esgotamento acumulado e a necessidade de “fechar o ano com chave de ouro”. Profissionais da saúde mental observam que esse comportamento não é frescura, mas sim uma resposta emocional legítima ao acúmulo de demandas.

De acordo com levantamentos citados por instituições internacionais de gestão do estresse, dezembro é, de fato, um dos meses mais sensíveis para o equilíbrio emocional. A irritabilidade cresce, o corpo sinaliza mais tensão muscular e o sono tende a ficar comprometido. Não à toa, é neste período que aumentam as buscas por ajuda psicológica.

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Por que o fim de ano acende tantos gatilhos emocionais

O final de um ciclo desperta reflexões profundas. É como se, entre uma troca de presentes e outra, surgisse uma cobrança silenciosa para avaliar o que foi feito — e, principalmente, o que ficou para trás. Assim, alimenta-se a sensação de urgência, comparação com outras pessoas e uma autocobrança que desgasta.

Além disso, pesquisas comportamentais mostram que grande parte das pessoas entra em dezembro tentando corresponder a expectativas alheias. Em vez de vivenciar o período com leveza, muitos se veem presos à ideia de proporcionar momentos especiais para familiares e amigos, enquanto a própria saúde emocional vai ficando em segundo plano. O resultado é quase sempre o mesmo: exaustão no corpo, pensamentos acelerados e um sentimento de insuficiência que não combina com a época natalina.

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Segundo a psicóloga clínica Ana Beatriz Barbosa, especialista em comportamento emocional, esse efeito é amplificado porque “o fim de ano desperta memórias, balanços pessoais e comparações que, somados ao cansaço acumulado, tornam a mente mais vulnerável à ansiedade”. Ela destaca que, para algumas pessoas, a pressão social de estar feliz o tempo todo pode intensificar sentimentos de solidão ou desconexão.

O impacto da rotina acelerada e a dificuldade de parar

Outro ponto relevante é o ritmo intenso do mês. As demandas da vida profissional somam-se às festividades, criando um cenário de agendas lotadas. É comum que a pessoa tente dar conta de tudo — e de todos — ao mesmo tempo. A cardiologista Fernanda Cortez, que estuda a relação entre estresse e saúde cardiovascular, explica que “o organismo reconhece o acúmulo de obrigações como uma ameaça constante, liberando hormônios de estresse que podem afetar o sono, o humor e até a pressão arterial”.

Essa aceleração contínua faz com que o corpo entre em alerta, mesmo quando a intenção é simplesmente encerrar o ano com tranquilidade. Por isso, sintomas como tensão nos ombros, dores de cabeça, irritabilidade e dificuldade para relaxar surgem com frequência.

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Dezembrite não precisa definir seu mês

Embora seja um fenômeno comum, a dezembrite não é inevitável. Entender suas causas já é um passo importante para suavizar o impacto emocional. Reconhecer limites, fazer escolhas mais conscientes e romper com a ideia de que o fim de ano precisa ser perfeito ajuda a recuperar o prazer dessa época.

A temporada de festas pode, sim, ser leve — desde que você esteja no centro do planejamento. Afinal, nenhum novo ciclo começa bem quando nos esquecemos de nós mesmos.