Connect with us

Entretenimento

Ainda Estou Aqui é eleito o melhor filme do ano pela crítica internacional

Published

on

ainda - Ainda Estou Aqui é eleito o melhor filme do ano pela crítica internacional

A força de uma história real, somada ao talento de um elenco consagrado e à sensibilidade da direção de Walter Salles, levou o filme “Ainda Estou Aqui” a um feito histórico: ser reconhecido como o melhor longa-metragem do ano pela crítica internacional.

Anúncios

Um ano após sua estreia no Festival de Veneza de 2024, a produção brasileira não apenas coleciona prêmios — como Oscar, Globo de Ouro e Leão de Prata — mas agora também leva para casa o Grand Prix da Federação Internacional de Críticos de Cinema (FIPRESCI), um dos reconhecimentos mais prestigiados do cinema mundial.

Um marco para o cinema nacional

Pela primeira vez desde a criação do prêmio, em 1999, um filme brasileiro conquista o troféu máximo da crítica, escolhido por 739 profissionais de 75 países. A cerimônia de entrega está marcada para o dia 19 de setembro, durante a abertura do Festival de San Sebastián, na Espanha. Walter Salles, emocionado, receberá o prêmio no mesmo palco que já homenageou mestres como Pedro Almodóvar, Alfonso Cuarón e Chloé Zhao.

Anúncios

Estrelado por Fernanda Montenegro, Selton Mello e Fernanda Torres, o drama já passou por mais de 60 festivais e premiações ao redor do mundo, consolidando-se como um dos maiores fenômenos cinematográficos da década. Sua trajetória é marcada não só pelo impacto emocional, mas também pela relevância histórica que carrega.

Uma história que o Brasil precisava contar

Inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o filme mergulha nos acontecimentos reais que envolvem o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, vivido por Selton Mello, durante os anos da ditadura militar no Brasil. A narrativa, contudo, não se detém apenas ao horror da perda.

Ela se aprofunda na luta de Eunice Paiva, interpretada com intensidade e delicadeza por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, para manter a família unida em meio ao luto e à opressão. O resultado é uma obra comovente, que dá voz à memória e à resistência — temas ainda urgentes no contexto brasileiro e mundial.

Anúncios

Reconhecimento internacional e emoção no Oscar

A consagração de “Ainda Estou Aqui” começou com força já na temporada de festivais, quando o longa venceu o Leão de Prata por melhor roteiro em Veneza. A consagração viria meses depois, com o Oscar de Melhor Filme Internacional — uma conquista inédita para o Brasil. A estatueta foi entregue por Penélope Cruz a Walter Salles, que subiu ao palco para um dos discursos mais aplaudidos da cerimônia.

“Essa homenagem vai para uma mulher que, mesmo diante da perda, escolheu não se curvar. O nome dela era Eunice Paiva. E vai também para as duas mulheres extraordinárias que a interpretaram com tanta verdade: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, declarou o diretor, visivelmente emocionado.

Além do Oscar, o longa conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz, e recebeu aclamação da crítica por onde passou. A recepção calorosa reafirma o papel de Walter Salles como um dos cineastas mais respeitados da atualidade.

A casa que virou personagem

Parte do impacto visual e emocional do filme se deve à ambientação meticulosa. A residência onde se passam diversas cenas do longa — localizada na Rua Roquete Pinto, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro — não apenas serviu de locação, mas se transformou quase em um personagem. Com fachada discreta, jardim florido e paredes que testemunharam momentos de dor e resistência, o local desperta interesse de cinéfilos e curiosos que buscam entender de perto o universo do filme.

Anúncios

Celebração em solo nacional

Se no exterior o filme já era aclamado, no Brasil o reconhecimento veio com ainda mais entusiasmo. Em julho, “Ainda Estou Aqui” brilhou no Prêmio Grande Otelo, o mais importante do cinema brasileiro, levando 13 das 16 estatuetas. Entre elas, os prêmios de melhor filme, melhor direção, melhor atriz para Fernanda Torres e melhor ator para Selton Mello.

A premiação marcou um retorno triunfal da produção ao seu país de origem, consagrando-se como uma obra que resgata a memória coletiva com elegância, coragem e arte. Um feito raro que une crítica, público e instituições em uma só voz: a de que o cinema nacional está mais vivo — e potente — do que nunca.