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Comportamento

Brasil registra queda nos divórcios em 2024 após três anos de alta

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divorcio - Brasil registra queda nos divórcios em 2024 após três anos de alta

Segundo as Estatísticas do Registro Civil divulgadas pelo IBGE, foram contabilizados 428.301 divórcios em primeira instância ou por escritura extrajudicial em 2024.

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O número representa uma redução de 2,8% em comparação a 2023, quando o Brasil havia registrado 440.827 dissoluções. A última vez que o país viveu um recuo semelhante foi em 2020, auge das transformações sociais impostas pela pandemia.

Uma queda tímida, mas reveladora

Embora discreto, o recuo nos divórcios sugere um novo comportamento entre os casais. A gerente da pesquisa, Klívia Brayner, pondera que oscilações são comuns na série histórica, e que ainda é cedo para afirmar mudança permanente. Contudo, quando observamos o cenário emocional, social e econômico dos últimos anos, é possível perceber que relações estão sendo repensadas com mais cautela.

As regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste puxaram o recuo, enquanto o Norte destoou do restante do país ao apresentar um aumento de 9,1% nos divórcios, reforçando a diversidade cultural e social que molda as relações brasileiras.

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Guarda compartilhada supera, pela primeira vez, a guarda exclusivamente materna

Um dos movimentos mais expressivos revelados pela pesquisa foi a inversão histórica na guarda de filhos menores. Em 2024, 44,6% dos divórcios judiciais envolveram guarda compartilhada, superando pela primeira vez a guarda unilateral pela mãe, que ficou em 42,6%. Dez anos atrás, o cenário era completamente diferente: mais de 85% das guardas ficavam exclusivamente com a mulher.

Essa mudança acompanha a consolidação da Lei 13.058/2014, que prioriza a guarda compartilhada sempre que ambos os pais estejam aptos ao exercício da autoridade parental. Mas também reflete um novo modelo de paternidade, mais presente, afetiva e ativa no cotidiano dos filhos.

Quem mais se divorcia? Casais com filhos menores ainda lideram

Os divórcios concedidos judicialmente representaram 81,8% do total registrado em 2024. Entre eles, o grupo mais numeroso continua sendo o de famílias com filhos menores de idade, que somaram 45,8% das dissoluções. Casais sem filhos aparecem em seguida, com 30,4%.

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A idade média também chama atenção: homens se divorciam mais tarde (44,5 anos) que mulheres (41,6 anos). Para cada 100 casamentos heterossexuais registrados, ocorreram cerca de 45,7 divórcios — uma leve melhora em comparação com 2023.

Casamentos crescem, mas ainda não retomam ritmo pré-pandemia

Se o número de divórcios caiu, os casamentos civis avançaram discretamente: 948.925 registros em 2024, alta de 0,9% em relação ao ano anterior. Ainda assim, o volume está abaixo do patamar pré-pandemia. O Nordeste foi a única região com queda, enquanto o Centro-Oeste liderou o crescimento.

Nos últimos anos, os meses de setembro e dezembro seguem como favoritos para dizer “sim”. Em 2024, dezembro continuou imbatível — sinal de que o romantismo de fim de ano continua firme na cultura brasileira.

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Recorde histórico nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo

Um dos dados mais celebrados da pesquisa foi o novo recorde entre casamentos homoafetivos: 12.187 registros em 2024, crescimento de 8,8%. As uniões entre mulheres representaram a maior parte, com 64,6% do total. A expansão acompanha a maior aceitação social e a solidez jurídica garantida desde 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça, que proibiu cartórios de recusarem casamentos homoafetivos.

Regiões como Centro-Oeste e Nordeste puxaram o avanço, enquanto o Norte foi a única a registrar queda.

Brasileiros estão se casando mais tarde — e vivendo novas histórias de amor

Outro movimento marcante revelado pelo levantamento é o aumento das idades dos cônjuges. Em 2024, homens solteiros se casaram, em média, aos 31,5 anos; mulheres, aos 29,3 anos. Entre casais do mesmo sexo, a média sobe para 34,7 anos entre homens e 32,5 entre mulheres.

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O país também vive um ciclo de recasamentos mais frequentes: em 2024, 31,1% dos casamentos envolviam pelo menos um cônjuge divorciado ou viúvo. A longevidade maior e a revisão das trajetórias afetivas têm ampliado as possibilidades de recomeço — um sinal de maturidade social e emocional.

Nascimentos caem pelo sexto ano seguido

O Brasil registrou 2,38 milhões de nascimentos em 2024, queda de 5,8% em relação ao ano anterior. Todas as regiões apresentaram recuo, especialmente o Sudeste. É a sexta queda consecutiva desde 2018 e reflete transformações profundas: mulheres estão engravidando mais tarde, e a proporção de mães com até 24 anos caiu de 51,7% em 2004 para 34,6% em 2024.

Também houve redução expressiva entre mães adolescentes, embora ainda representem mais de 267 mil nascimentos — um dado que exige atenção social.

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Óbitos crescem, com destaque para causas naturais entre idosos

O país registrou 1,50 milhão de mortes em 2024, alta de 4,6%. A maior parte (71,7%) foi de pessoas com 60 anos ou mais, acompanhando o envelhecimento populacional. Óbitos por causas externas continuam afetando jovens, especialmente homens: para cada mulher jovem que morre nessas circunstâncias, quase oito homens perdem a vida.

*Fonte: Agencia IBGE