Connect with us

Comportamento

Exercício físico pode “treinar” o sistema imunológico

Published

on

atividade fisica - Exercício físico pode “treinar” o sistema imunológico
Resumo

Exercícios físicos regulares fortalecem o sistema imunológico, tornando as células de defesa mais eficientes, menos inflamatórias e metabolicamente equilibradas.
Atividades como corrida, natação e ciclismo ao longo dos anos treinam as células NK, que combatem vírus, bactérias e até células cancerígenas.
Pessoas ativas apresentam menor inflamação crônica e maior controle das respostas imunológicas, mesmo diante de estresses metabólicos ou farmacológicos.
Atletas mais velhos reagem de forma mais equilibrada a estímulos inflamatórios do que os jovens, sugerindo uma adaptação do sistema imune ao longo do tempo.
Manter o corpo em movimento é uma forma eficaz de envelhecer com saúde, evitar doenças crônicas e garantir que o sistema imunológico reaja com inteligência.

Anúncios

Além de transformar músculos e pulmões, a prática regular de atividade física também “treina” o sistema imunológico. Um estudo internacional com idosos que praticam exercícios de endurance — como corrida, ciclismo ou natação — revelou que, com o passar dos anos, as células de defesa desses indivíduos se tornam mais eficientes, menos inflamatórias e metabolicamente equilibradas.

⚠️ Aviso de caráter informativo
Este conteúdo tem finalidade educativa e informativa, com base em estudos científicos revisados por pares.
Ele não substitui avaliação médica, diagnósticos ou tratamentos. Para orientações específicas sobre prática de exercícios ou fortalecimento imunológico, consulte um profissional de saúde.

A pesquisa, apoiada pela FAPESP e publicada na revista Scientific Reports, acompanhou pessoas com mais de 60 anos e histórico de décadas de treinamento. O foco foi nas chamadas células natural killer (NK), um tipo de linfócito capaz de identificar e eliminar vírus, bactérias e até células cancerígenas. O resultado impressionou: entre os praticantes de atividades físicas prolongadas, essas células funcionavam melhor diante de desafios inflamatórios e conseguiam utilizar energia de forma mais inteligente. Era como se o próprio sistema imune também estivesse em constante “treino”.

Células mais jovens e vigilantes

Os pesquisadores observaram que o hábito de se exercitar ao longo da vida muda a forma como o corpo lida com inflamações. Entre os participantes ativos, houve menor presença de marcadores inflamatórios e maior equilíbrio entre processos pró e anti-inflamatórios, em comparação a idosos sedentários. Essa regulação contribui para o controle de processos que, em excesso, podem levar ao surgimento de doenças crônicas.

atividade fisica - Exercício físico pode “treinar” o sistema imunológico

De acordo com os cientistas, o sistema imune é influenciado por vários fatores — sono, alimentação, vacinas e até o estresse. O exercício físico, nesse contexto, se mostra uma ferramenta poderosa para manter o corpo alerta e equilibrado. A longo prazo, essa rotina parece retardar o envelhecimento das células e otimizar a resposta imunológica.

Anúncios

O treino invisível das células

Para entender como o exercício modifica o comportamento das células NK, os pesquisadores analisaram seu metabolismo e resposta a estímulos inflamatórios. Ao serem expostas a bloqueadores de certas vias químicas do corpo — como o propranolol e a rapamicina, que interferem no crescimento e na sinalização celular — as células de indivíduos sedentários demonstraram falhas de resposta e exaustão. Já as dos praticantes regulares mantiveram sua eficiência mesmo diante dos obstáculos.

Esses achados reforçam a ideia de que a atividade física de longa duração promove uma espécie de “educação” celular. As células se tornam mais maduras, menos propensas ao desgaste e mais aptas a enfrentar situações de estresse metabólico. É como se o corpo aprendesse, com o tempo, a reagir com sabedoria em vez de exagero.

Anúncios

O poder do movimento na imunidade

Outro ponto curioso é que o efeito positivo do exercício não se limita aos mais jovens. Em testes que compararam atletas masters, com mais de 50 anos, a atletas jovens, os mais velhos apresentaram respostas inflamatórias mais equilibradas. Quando expostos a agentes que simulam infecções, os veteranos tiveram um aumento controlado de citocinas inflamatórias, enquanto os mais novos reagiram com intensidade maior.

Essa diferença sugere que o treinamento constante ao longo dos anos cria um corpo mais adaptado, que responde sem exageros. É uma espécie de “memória imunológica” moldada pelo movimento — o corpo entende quando é hora de reagir e quando deve manter a calma.

Envelhecer com saúde: o legado do corpo ativo

O estudo reforça o conceito de que envelhecer bem não é apenas questão de sorte ou genética, mas de hábitos consistentes. Praticar atividade física com regularidade ajuda o corpo a modular processos inflamatórios, proteger as células e reduzir o risco de doenças relacionadas à idade, como diabetes, artrite e até alguns tipos de câncer.

O exercício, portanto, vai muito além da estética. Ele é um verdadeiro investimento biológico: fortalece músculos, melhora o humor e, silenciosamente, ensina o sistema imunológico a reagir com equilíbrio e inteligência. Em tempos em que o bem-estar e a imunidade estão no centro das atenções, mover-se continua sendo o remédio mais acessível — e o mais poderoso.