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Histórias que ecoam: seis produções com protagonismo negro para ver e refletir em novembro

Em novembro, quando o Brasil celebra o Mês da Consciência Negra, a arte se transforma em um canal poderoso de reflexão. O cinema, especialmente, ganha força como espaço de memória, identidade e resistência. A Fundação Cultural de Curitiba convidou o pesquisador e cineasta Gabriel Borges para selecionar obras que destacam o protagonismo negro — não apenas nas telas, mas também nas cadeiras de direção, produção e roteirização. A proposta é ampliar o olhar sobre a representatividade, valorizando profissionais que constroem histórias a partir de suas próprias vivências.
As seis produções escolhidas percorrem diferentes estilos e países, mas compartilham uma mesma essência: colocar pessoas negras no centro da narrativa e também do retorno econômico e simbólico gerado pela obra. Borges, que integra o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), explica que suas escolhas vão além da presença de atores negros. “É importante questionar quem está por trás da câmera, quem escreve o roteiro e quem se beneficia financeiramente com essas histórias. Só assim a representatividade se torna real”, afirma o curador, conhecido por sua atuação em produções que unem estética e consciência social.
Cinema e consciência
O mês de novembro é dedicado à valorização da cultura afro-brasileira e à lembrança das lutas históricas contra o racismo. A data central, 20 de novembro, homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra. A escolha de filmes que expressem essa força coletiva reflete o quanto a arte é capaz de promover debates e transformações profundas, tanto na sociedade quanto na indústria cinematográfica.
Entre os títulos indicados por Borges, o documentário “Dahomey” (2024), dirigido pela franco-senegalesa Mati Diop e disponível no Mubi, mergulha na devolução de tesouros reais do antigo Reino de Daomé, hoje Benim, recuperando um pedaço da história africana soterrada pelo colonialismo. A obra ecoa como um gesto simbólico de reparação, questionando quem detém o direito sobre as narrativas e os objetos culturais.
Outra joia é “Aurora” (2017), curta-metragem de Everlane Moraes, exibido na plataforma Todesplay. Em apenas quinze minutos, três mulheres negras de diferentes idades exploram suas memórias e dilemas em um teatro abandonado. A diretora sergipana é um dos nomes mais expressivos do cinema negro brasileiro contemporâneo, e o filme é um retrato poético da feminilidade e da resistência.
Já em “Eu, Minha Mãe e Wallace” (2018), dos Irmãos Carvalho, o enredo se passa no Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro, e mistura realismo e sensibilidade ao retratar a ausência paterna e os vínculos familiares. O filme está disponível no canal da Heco Produções no YouTube, e representa a potência das periferias na criação de narrativas autênticas.
O longa “O Dia Que Te Conheci” (2024), de André Novais Oliveira, disponível no Globoplay, propõe uma leitura sensível sobre encontros e despedidas, mostrando que as pequenas histórias cotidianas também são território fértil para falar de humanidade. A delicadeza dos diálogos e o olhar atento para os personagens transformam o filme em uma celebração das relações que se formam na simplicidade.
Outro destaque é “Marte Um” (2022), de Gabriel Martins, também acessível no Globoplay. O longa acompanha uma família negra de classe média baixa que enfrenta as tensões de um Brasil polarizado. Enquanto o filho sonha em ser astrofísico, o pai deseja vê-lo jogador de futebol. A trama equilibra sonho e realidade, mostrando o afeto como motor de sobrevivência diante das desigualdades.
Encerrando a seleção, “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo” (2022), de Juliana Vicente, disponível na Netflix, revisita três décadas da trajetória do grupo Racionais MC’s, que moldou a consciência social de gerações inteiras. O documentário mistura registros raros, bastidores e depoimentos de Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock, reafirmando o impacto do rap como instrumento de denúncia e empoderamento.

Social Midia e crítica de cultura pop, Renata domina o mundo das fofocas e novelas como ninguém. Com uma trajetória em grandes portais de entretenimento, ela traz uma visão divertida e crítica sobre os bastidores do universo das celebridades e das tramas de novelas. Renata é conhecida pelo seu tom bem-humorado e envolvente, que leva os leitores a se sentirem parte dos acontecimentos, discutindo os detalhes de suas novelas favoritas e compartilhando curiosidades imperdíveis das estrelas.




