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Comportamento

Home office tem rosto feminino: quase 20% das mulheres brasileiras atuam de casa

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home office 1 - Home office tem rosto feminino: quase 20% das mulheres brasileiras atuam de casa

Mesmo após a retomada das atividades presenciais em todo o país, o home office permanece como um modelo sólido de trabalho — e com um destaque particular: ele tem cada vez mais rosto feminino.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,7 milhões de brasileiros trabalhavam de casa em 2022, o equivalente a 16,9% da população ocupada. Deste total, as mulheres são maioria, com 19,3% delas atuando remotamente, contra 15,1% dos homens.

O papel das mulheres na transformação do trabalho

A pandemia redefiniu as formas de produzir e se relacionar com o trabalho, e as mulheres parecem ter encontrado no modelo remoto uma oportunidade para equilibrar carreira e vida pessoal. Em 2022, com o cenário epidemiológico mais estável, muitas empresas retomaram o presencial — mas uma parcela expressiva das profissionais preferiu continuar em casa, seja pela flexibilidade, pela redução do tempo de deslocamento ou pela melhoria na qualidade de vida.

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Além do aspecto prático, os dados revelam um recorte social importante. A maior adesão feminina ao home office está relacionada ao nível de escolaridade: 28,9% das mulheres ocupadas possuem ensino superior completo, enquanto entre os homens o índice é de 17,3%. Esse perfil reforça que o teletrabalho ainda é mais acessível para quem tem formação e atua em áreas que permitem o uso da tecnologia para executar suas funções.

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Teletrabalho: tecnologia e liberdade de escolha

No teletrabalho, a autonomia é uma das maiores vantagens. A possibilidade de escolher onde realizar as atividades — seja de casa, de um café ou de um espaço de coworking — tornou-se um símbolo de uma nova geração de profissionais conectados. Essa flexibilidade, no entanto, exige disciplina, gestão de tempo e equilíbrio para evitar a sobrecarga, sobretudo entre as mulheres, que ainda assumem grande parte das tarefas domésticas.

O IBGE destaca que o home office é mais comum entre profissionais com rendimentos mais altos, geralmente acima de cinco salários mínimos. São cargos que permitem maior mobilidade e que exigem apenas conexão digital para manter a produtividade. Ou seja, o trabalho remoto não é apenas uma questão de preferência, mas também de condições socioeconômicas e de acesso à tecnologia.

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Um retrato do mercado pós-pandemia

Em termos gerais, o nível de ocupação da população brasileira alcançou 53,5% em 2022, considerando pessoas com 14 anos ou mais. Ainda que o trabalho remoto feminino tenha superado o masculino, a desigualdade entre gêneros continua evidente: 62,9% dos homens estavam empregados, contra 44,9% das mulheres. Essa disparidade revela que, embora o home office tenha ampliado as oportunidades de inserção no mercado, as mulheres ainda enfrentam desafios estruturais para alcançar equidade profissional.

O avanço do trabalho remoto feminino é, portanto, mais do que uma estatística: é um sinal de transformação social. Ele mostra como o mercado brasileiro tem se adaptado à era digital e como as mulheres, historicamente sub-representadas em cargos de liderança e oportunidades de trabalho flexíveis, estão se tornando protagonistas dessa nova realidade.