Comportamento
Importações da China pressionam e-commerce de moda no Brasil

Nos últimos anos, um fenômeno silencioso tem provocado mudanças profundas no comportamento de quem consome moda no Brasil: o crescimento acelerado das importações de roupas e acessórios vindos da China. Enquanto antes comprar no exterior era sinônimo de espera, incerteza e fretes altos, hoje plataformas com entrega rápida, preços competitivos e peças com estética global conquistam cada vez mais espaço nos carrinhos virtuais das brasileiras.
Segundo dados recentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o volume de bens de consumo chineses com valor médio de até 50 dólares disparou 575% nas últimas duas décadas — um salto muito acima da média mundial. Com isso, o que parecia uma opção pontual para quem buscava economia, virou tendência de massa. O resultado? Uma nova pressão sobre o e-commerce de moda nacional, que precisa se reinventar para manter sua relevância.
O preço baixo não é mais o único fator decisivo
Em um cenário onde o público tem acesso fácil a peças de todas as partes do mundo, disputar apenas com base no preço se tornou uma armadilha. As consumidoras estão cada vez mais conectadas, conscientes e exigentes. Além da etiqueta com valor acessível, elas querem uma experiência de compra fluida, atendimento atencioso e um vínculo emocional com a marca.

As lojas online brasileiras perceberam que, para se manterem competitivas, é essencial ir além da vitrine digital. Aplicativos próprios, programas de fidelidade, personalização de recomendações e até provadores virtuais são algumas das ferramentas adotadas por quem entende que, no universo da moda, conquistar significa encantar.
Moda que transita entre telas e vitrines
Outra grande transformação ocorre nos bastidores das lojas que nasceram no digital, mas que agora enxergam valor em estarem também nas ruas. O modelo conhecido como omnichannel — que integra lojas físicas, sites, aplicativos e redes sociais — vem ganhando força como estratégia para criar uma experiência mais completa.
Isso significa que a cliente pode ver uma peça no Instagram, experimentá-la na loja e finalizar a compra no aplicativo, recebendo em casa no dia seguinte. Essa fluidez entre canais não apenas fortalece a marca, como também cria um vínculo mais forte com o público feminino, que valoriza praticidade e agilidade sem abrir mão do estilo.
Logística e agilidade como parte do look
Não é só a peça que importa: o tempo que ela leva para chegar também virou critério de escolha. Em um mercado onde muitas compras internacionais demoram semanas, marcas brasileiras ganham pontos ao oferecer prazos curtos, trocas fáceis e um pós-venda eficiente. Para isso, muitas lojas físicas passaram a funcionar também como centros de distribuição, encurtando distâncias e garantindo mais rapidez na entrega.
Além disso, uma gestão de estoque inteligente evita que peças fiquem indisponíveis ou encalhadas. É um detalhe técnico que, na prática, faz toda a diferença na jornada da cliente — e que pode ser o fator decisivo entre manter uma consumidora fiel ou perdê-la para o aplicativo de uma concorrente chinesa.
A tecnologia que entende o gosto de cada cliente
Na era das recomendações personalizadas, da busca por voz e dos assistentes virtuais, a Inteligência Artificial já faz parte da rotina de quem vende moda online. Sistemas que identificam preferências, sugerem combinações ou até simulam como uma roupa fica no corpo ajudam a tornar o processo de compra mais intuitivo e prazeroso.
Essas inovações também representam uma nova vitrine: estar bem-posicionado nas respostas geradas por assistentes como o ChatGPT ou a busca por voz no celular é hoje tão importante quanto aparecer na primeira página do Google. Ou seja, as marcas que souberem explorar esses recursos não apenas se destacam, mas criam novas formas de se conectar com o público.

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.




