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Inteligência artificial entra no radar do MEC durante encontro na China

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Resumo

• A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, representou o MEC na China e destacou o impacto da inteligência artificial no ensino superior.
• O Brasil reforçou a cooperação educacional com a China, ampliando acordos para ensino de idiomas e mobilidade acadêmica.
• Instituições dos dois países mantêm mais de 80 convênios ativos, envolvendo pesquisa, inovação e formação de professores.
• A missão incluiu visitas à CAS, à Beihang University e encontros com lideranças chinesas, fortalecendo novas parcerias científicas.
• A delegação brasileira segue discutindo projetos para pós-graduação, intercâmbios e formação de docentes até o encerramento da missão em Pequim.

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A educação brasileira ganhou novos contornos durante a passagem da presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, por Pequim. No palco de um fórum que reuniu países da América Latina e do Caribe, a representante do Ministério da Educação levou ao centro do debate um tema que hoje atravessa a vida de todos nós — da sala de aula ao feed do celular: a inteligência artificial.

O encontro, parte da Conferência Mundial de Língua Chinesa, transformou a tecnologia em protagonista e mostrou que o Brasil vem se posicionando para enfrentar a nova fronteira do conhecimento com responsabilidade, estratégia e cooperação internacional.

IA, comportamento digital e o novo papel dos professores

Em sua fala, Denise Pires de Carvalho apresentou uma visão direta e atual sobre as mudanças que afetam o ensino superior. Ela destacou que a velocidade das transformações tecnológicas está exigindo muito mais do que adaptação: está pedindo reflexão, atualização e coragem para lidar com impactos éticos e comportamentais que ainda não compreendemos completamente.

“A humanidade tem vivido um processo contínuo de aceleração tecnológica, que nos convoca a rever práticas, responsabilidades e até modos de pensar”, afirmou. Para ela, a IA pode ampliar produtividade e enriquecer a aprendizagem, mas seu uso precisa ser guiado por integridade e regulamentação. A dirigente ressaltou que o papel dos professores ganha uma nova camada de desafios, já que o letramento digital tornou-se essencial e urgente.

Brasil e China: relações que crescem lado a lado

O fórum China/Celac não foi apenas uma reunião técnica — foi um ponto de encontro entre culturas, línguas e projetos de futuro. Em sua participação na abertura da conferência, Denise reforçou o quanto o Brasil valoriza a cooperação com a China, especialmente no campo educacional. Ela apresentou o tema “Liderança em Inovação, Empoderamento Digital: Tornando a Língua Chinesa Acessível”, destacando que o ensino de idiomas é um dos pilares mais estratégicos dessa parceria.

Hoje, o Brasil abriga 15 Institutos Confúcio, enquanto mais de 50 instituições chinesas ofertam cursos de língua portuguesa para cerca de cinco mil estudantes. Do lado brasileiro, o interesse também cresce: aproximadamente 20 mil alunos estão matriculados em cursos de chinês, número que se expande ano após ano.

Além disso, um Memorando de Entendimento entre os dois países vem ampliando a mobilidade acadêmica para cursos de português, fortalecendo pesquisas e estimulando a troca de conhecimento entre universidades.

Entre laboratórios e universidades: onde as alianças acontecem

A agenda da delegação brasileira em Pequim deixou claro que o encontro não se resume às palavras ditas no palco. Na quinta-feira, antes do fórum, Denise visitou a Chinese Academy of Sciences (CAS), onde foi recebida por Liu Weidong. Na mesma viagem, esteve com Zhao Changlu, presidente da Beihang University, uma das mais importantes instituições nas áreas de aeronáutica e astronáutica. Ali, a reitora da Unesp, Maysa Furlan, acompanhada por Enrique Huelva, diretor do Instituto Confúcio da UnB, assinou mais um memorando de entendimento que abre novos caminhos para parcerias científicas e acadêmicas.

O diálogo com o vice-ministro da Educação da China, Ren Youqun, reforçou que os interesses são mútuos: os chineses buscam intensificar a formação de professores de língua chinesa no Brasil, enquanto instituições brasileiras veem no país asiático uma rota fundamental para inovação científica e tecnológica.

Uma rede que cresce e conecta países, idiomas e ideias

Hoje, Brasil e China mantêm uma malha de cooperação robusta, envolvendo 26 universidades brasileiras, 75 instituições chinesas e cerca de 80 convênios ativos. Para o governo brasileiro, essa ponte acadêmico-científica é essencial para avançar em áreas estratégicas, da bioeconomia ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao cotidiano.

A China, segunda maior economia do mundo e referência em pesquisa, oferece a possibilidade de acesso a metodologias e soluções que podem ser adaptadas para desafios locais. Em contrapartida, pesquisadores brasileiros contribuem com expertise em temas como biodiversidade, agricultura, energias renováveis e ciências sociais, reforçando uma colaboração que é, ao mesmo tempo, técnica e humana

O futuro da cooperação: professores, pesquisa e a ponte que só cresce

A missão brasileira segue até o dia 18, com visitas ao Centro de Educação e Cooperação Linguística (CLEC) e à Fundação Internacional de Educação da China (CIEF), que coordena o trabalho dos Institutos Confúcio no mundo. Os encontros incluem debates sobre formação docente, intercâmbio acadêmico e expansão da pós-graduação brasileira no cenário internacional.

Representando o MEC, também participam Jaqueline Schultz, coordenadora-geral de Colegiados da Capes, e Vinicius Scofield, responsável pelas Relações Bilaterais do Ministério. A presença deles reforça que o Brasil não está apenas assistindo ao avanço da inteligência artificial e das tecnologias emergentes; está dialogando, planejando e criando espaços para que estudantes, pesquisadores e professores brasileiros ocupem um lugar cada vez mais relevante na transformação global da educação.