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Comportamento

Luto e sono: entenda por que o corpo sente tanto quando o coração está em dor

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mae cansada 3 - Luto e sono: entenda por que o corpo sente tanto quando o coração está em dor

Enfrentar o luto não é apenas lidar com a ausência de alguém querido. É, muitas vezes, ver a rotina desabar, perder o ritmo do próprio corpo e, principalmente, ter o sono invadido por uma mistura confusa de lembranças, ansiedade e exaustão. Dormir bem, que antes parecia algo natural, torna-se difícil, quase impossível para quem vive um momento de perda.

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O impacto emocional da ausência vai muito além da dor no peito. Ele se instala nos pensamentos, no comportamento e até mesmo no relógio biológico. Para alguns, o sono foge, transformando-se em insônia persistente. Já para outros, vem o oposto: um sono prolongado, incontrolável, que não traz alívio. Esse estado é chamado de hipersonia — e também faz parte das reações possíveis ao luto.

A perda muda o corpo: quando a mente em dor não deixa o corpo descansar

A ciência já observou que o luto prolongado pode alterar os níveis de hormônios como o cortisol, relacionado ao estresse. Isso gera um estado constante de alerta, dificultando o relaxamento necessário para adormecer. Além disso, o cérebro tenta entender a perda, revivendo cenas, relembrando vozes e criando um ciclo de pensamentos que atrapalham a chegada do sono.

Quando o sofrimento vira físico, o corpo sente. A tensão nos músculos, o cansaço acumulado e até a digestão desregulada são reflexos de um luto que não se acomoda. O sono, nesse cenário, se torna o primeiro a ser afetado — e, sem ele, todo o resto desmorona aos poucos.

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Sono em excesso também é um alerta

Ao contrário do que se imagina, dormir demais durante o luto nem sempre é sinal de descanso. Muitas vezes, o sono em excesso é a forma que o corpo encontra para escapar temporariamente da dor emocional. Uma tentativa inconsciente de se desconectar da realidade. No entanto, essa fuga também pode comprometer a qualidade de vida, levando a quadros de desmotivação, isolamento e sintomas depressivos.

Estar em luto é sentir-se emocionalmente instável, e o corpo reage à medida dessa instabilidade. Assim, tanto a privação de sono quanto a necessidade exagerada dele revelam o quão profundo pode ser o impacto da perda.

Por que entender o luto melhora o sono?

Aceitar que o luto tem fases e que o sono pode ser alterado por elas é um passo essencial para lidar com a própria dor. O corpo precisa de cuidado. Dormir mal durante esse período não significa fraqueza, mas sim um sintoma legítimo de um processo emocional intenso.

É importante reconhecer os sinais: se a insônia persistente durar semanas, se o sono não traz descanso ou se o excesso de horas na cama vier acompanhado de apatia, vale procurar ajuda profissional. A dor do luto é válida, mas não deve se transformar em prisão emocional.

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Descanso também é forma de cura

Não existe receita para viver o luto. Cada pessoa sente de um jeito, e cada corpo reage à sua maneira. Ainda assim, compreender o quanto o sono está entrelaçado com a saúde emocional pode trazer um pouco mais de clareza para quem está nesse caminho difícil.

Dormir bem não é esquecer quem se foi. É, aos poucos, encontrar um espaço para a saudade existir sem ferir tanto. É permitir que o corpo se recomponha, que a mente respire e que, no tempo certo, o coração reencontre o ritmo.