Moda plus size no Brasil: setor deve movimentar R$ 15 bilhões até 2027

A revolução silenciosa no guarda-roupa de milhões de brasileiros está longe de ser tendência passageira. Trata-se de uma virada cultural, econômica e simbólica que transforma o modo como o mercado se relaciona com diferentes corpos. O segmento plus size, que já movimentou R$ 9,6 bilhões em 2021, projeta faturamento de R$ 15 bilhões até 2027, confirmando seu status como um dos pilares da indústria da moda nacional.

Esse avanço expressivo reflete não só a força do consumo, mas também a afirmação de novas narrativas em torno da imagem e da autoestima. O que antes era encarado como um nicho limitado, hoje se consolida como uma área estratégica e promissora, respondendo à demanda por mais inclusão, representatividade e autenticidade.

Do invisível ao desejado: um mercado que se reinventa

Nos últimos dez anos, o crescimento de 75,4% no setor revela uma transformação profunda: o público plus size deixou de ser ignorado para se tornar protagonista. A moda, antes dominada por padrões restritivos, abre espaço para o desejo real das pessoas — e isso começa pela roupa.

Marcas de diferentes tamanhos têm investido em coleções com numerações ampliadas, cortes pensados para diferentes silhuetas e tecnologias têxteis que entregam conforto e caimento. Esse movimento vai além da estética. Ele representa uma quebra de barreiras simbólicas e comerciais, impulsionada por uma nova geração de consumidores que exige roupas que vistam mais do que o corpo: que abracem identidades.

Moda praia e autoestima: o reflexo de uma mudança

Um dos setores que mais reflete esse novo olhar é a moda praia plus size. Itens como maiôs com design funcional, tecidos resistentes e cortes que valorizam a liberdade de movimento traduzem uma moda que escuta, acolhe e transforma. A busca por peças que entregam conforto, beleza e sustentação não apenas aquece o mercado, mas também ressignifica o verão para milhões de mulheres que, por muito tempo, se sentiram à margem da moda tradicional.

A indústria agora se movimenta para além da passarela: se firma como instrumento de expressão e cuidado com o corpo real, com a individualidade e com o direito de existir com estilo em qualquer tamanho.

Mais do que estética: um impulso para a economia

O fortalecimento do segmento plus size também se conecta a uma lógica econômica mais ampla. O aumento da consciência de consumo, o surgimento de novos negócios autorais e o reconhecimento do valor da pluralidade ampliam o potencial da moda inclusiva como motor da economia criativa.

Nesse cenário, o Brasil se posiciona como um mercado com forte capacidade de inovação. A expansão contínua da oferta, aliada ao comportamento exigente de quem consome, tem incentivado marcas a repensarem seus catálogos e discursos. O resultado é uma moda mais humana, conectada ao cotidiano e com espaço para todos os corpos.

Um futuro costurado com autenticidade

Até 2027, as projeções apontam para um cenário ainda mais aquecido — não só em termos de números, mas também de percepção social. O crescimento do setor representa mais do que roupas novas nas araras: aponta para uma moda com propósito, que reconhece e celebra a diversidade que existe fora das vitrines padronizadas.

Com coleções mais democráticas, campanhas reais e produtos pensados para vestir com dignidade e estilo, o plus size deixa de ser exceção e se transforma em referência. A moda brasileira, finalmente, começa a olhar de verdade para quem sempre esteve ali: cheio de personalidade, desejo e poder de escolha.

Clara Mendes

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.