A indústria da moda sustentável está ganhando cada vez mais espaço, impulsionada pela necessidade de reduzir o impacto ambiental da produção têxtil. O desperdício de recursos e a poluição causada pelo setor são desafios urgentes, e designers e pesquisadores têm buscado soluções inovadoras para repensar a forma como os tecidos são produzidos.
O evento Première Vision 2025 evidenciou essa revolução ao apresentar materiais inovadores que unem tecnologia, circularidade e responsabilidade ambiental. Entre os destaques estão Peelsphere, Orange Fibre e Milk Viscose, três tecidos sustentáveis desenvolvidos a partir de resíduos alimentares e processos ecológicos. Mais do que alternativas ao têxtil tradicional, essas inovações representam uma nova era para o design de moda.
Peelsphere: A transformação de resíduos de frutas em moda
Criado pela designer berlinense Youyang Song, o Peelsphere é um tecido biodegradável feito a partir de resíduos de frutas e algas. Com um visual sofisticado e alta durabilidade, ele foi pensado como uma alternativa ecológica ao couro sintético, que normalmente contém plásticos e outros materiais prejudiciais ao meio ambiente.

Além de ser utilizado na confecção de bolsas, calçados e acessórios, esse material inovador tem um processo produtivo livre de substâncias químicas agressivas, tornando-se um dos mais promissores no mercado da moda circular. Para a especialista em negócios de moda Symone Rech, essa inovação representa um passo fundamental na indústria: “A ideia de transformar resíduos alimentares em moda mostra como a inovação pode ser uma aliada poderosa da sustentabilidade.”
Orange Fibre: Da indústria de sucos para a alta moda
Outro exemplo notável de moda sustentável é o Orange Fibre, um tecido desenvolvido na Itália a partir de resíduos da indústria de sucos cítricos. Cascas e fibras de laranja, que antes eram descartadas, agora se transformam em um tecido suave, fluído e sofisticado, atraindo a atenção de grandes marcas da alta-costura.

Além de evitar o descarte de toneladas de resíduos, o processo produtivo do Orange Fibre reforça a circularidade na moda, reduzindo o consumo de recursos naturais. Segundo Symone Rech, essa inovação permite aliar estilo e responsabilidade ambiental “É uma alternativa sustentável e sofisticada, que permite unir estética e responsabilidade ambiental sem comprometer a qualidade das peças.”
Milk Viscose: Um tecido feito a partir do leite
Talvez o mais inusitado entre os três, o Milk Viscose é um tecido criado a partir da proteína caseína, extraída do leite. O resultado é uma fibra ultra macia, hipoalergênica e antibacteriana, sendo uma opção ideal para peles sensíveis. Além de oferecer uma nova utilidade ao leite não aproveitado pela indústria alimentícia, esse material se destaca por dispensar o uso de produtos químicos agressivos durante sua fabricação.

Assim, ele se torna um exemplo perfeito da convergência entre inovação, sustentabilidade e funcionalidade. Para Symone Rech, essa tecnologia representa um grande avanço: “O Milk Viscose é um exemplo de como a indústria pode transformar subprodutos em algo inovador e de alto valor agregado.”

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.