Comportamento
Nem tudo que vivemos nos define: a verdade que transforma autoestima e identidade

Em algum momento da vida, todas nós já nos percebemos tentando caber em rótulos criados por experiências passadas: relações que não deram certo, expectativas que não se cumpriram, críticas que marcaram, traumas que deixaram sinais invisíveis. Porém, há uma verdade libertadora que insistimos em esquecer: não somos o que acontece com a gente.
Somos o que fazemos com aquilo que nos aconteceu. E essa diferença, justamente, é o que abre espaço para que qualquer mulher — independente da fase da vida — possa se reconectar consigo mesma e ressignificar sua própria narrativa.
A ilusão de que somos definidas pelas circunstâncias
Crescemos ouvindo que a identidade se constrói a partir daquilo que vivemos. Em partes, isso é verdade. Mas transformar acontecimentos em identidade é como transformar uma foto em destino: não faz sentido.
Um término, um erro, um fracasso profissional, uma decepção familiar — tudo isso faz parte de um capítulo, não do livro inteiro. Quando acreditamos que um episódio resume quem somos, damos a ele um poder emocional que não pertence a nenhum acontecimento isolado. O que machuca, afinal, não é só a experiência, mas o significado que permitimos que ela tenha.
O que sentimos não é quem somos
Existe uma citação de Carl Jung que sintetiza essa reflexão: “Depressão é como usar sapatos de chumbo; nada se solta e a vida pesa.” A frase, embora poética, toca num ponto essencial. Sentimentos densos, confusos ou dolorosos podem nos acompanhar por um tempo. Porém, isso não transforma esses sentimentos em identidade.
Da mesma forma, medo não significa incapacidade. Tristeza não significa fraqueza. Vulnerabilidade não significa derrota. Emoções são estados; identidade é essência. E a nossa essência sempre foi muito maior do que qualquer tempestade emocional.
A diferença entre quem você é e o que você viveu
Quando nos distanciamos das experiências e as observamos com honestidade, percebemos que elas não carregam verdades absolutas. São interpretações. São memórias. São camadas. E justamente por isso mudam com o tempo, com novos aprendizados e com o amadurecimento. A vida não é uma linha reta que determina quem seremos ao final do percurso.
É uma construção contínua, que se redefine a cada gesto, a cada escolha, a cada pequeno passo em direção ao que desejamos. Assim, o que vivemos contribui, mas não determina. Influencia, mas não define. Ensina, mas não aprisiona.
Quando aprendemos a nos ver com mais gentileza
Existe um ponto de virada silencioso, mas profundamente transformador: o momento em que paramos de nos julgar pelo que vivemos e começamos a nos enxergar por quem estamos nos tornando.
Esse deslocamento de perspectiva muda tudo — a maneira como lidamos com erros, a forma de tratar nosso corpo, o cuidado emocional, a autoestima e até nossa capacidade de amar e ser amadas. Quando compreendemos que a vida não exige perfeição, mas presença, surge um alívio quase físico. É ali que nasce a autocompaixão, essa habilidade tão feminina e ao mesmo tempo tão negligenciada.
Tornar-se autora da própria história
Quando paramos de interpretar nossa história como algo que nos aconteceu e começamos a vê-la como algo que construímos, recuperamos o protagonismo. Não se trata de apagar o passado, mas de escolher quais partes dele merecem continuar iluminadas.
As dores que atravessamos podem até permanecer, mas não precisam conduzir nossos passos. O capítulo difícil não é o último; é apenas um deles. E compreender isso é abrir espaço para novos começos — aqueles que nascem do desejo, do cuidado consigo mesma e do entendimento de que a vida sempre pode ser reinventada.

Maira Morais, é Mãe, Makeup e influenciadora digital que se destaca no universo da beleza por sua criatividade e técnica refinada. No mercado a anos, decidiu compartilhar dicas de maquiagens, beleza, maternidade e demais inspirações para o universo das mulheres.



