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Nutrição na gestação: o que você precisa saber para uma gravidez saudável

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Quando uma mulher descobre que está grávida, o instinto de proteção entra em cena. Cada escolha, especialmente à mesa, começa a ter um novo significado. Afinal, a alimentação na gestação deixa de ser uma preocupação apenas estética ou de rotina — passa a ser um dos pilares centrais para garantir um desenvolvimento saudável para o bebê e bem-estar para a mãe.

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E se ainda paira a ideia de que se deve “comer por dois”, é hora de repensar esse mito. Como reforça a professora e nutricionista Ana Carolina Roos, da Universidade Positivo, é a qualidade — e não a quantidade — que vai fazer toda a diferença nesse momento da vida.

Comer bem não é comer demais: entenda as reais necessidades

Logo no primeiro trimestre, a ansiedade sobre o que comer pode ser intensa. Porém, segundo Ana Carolina, não há aumento significativo na necessidade calórica nesse período. O corpo ainda está se adaptando às mudanças hormonais e o feto está em desenvolvimento inicial, o que exige pouco em termos energéticos.

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A partir do segundo trimestre, o corpo da mulher começa a demandar um pouco mais: cerca de 340 a 360 kcal adicionais por dia. Isso equivale a uma vitamina feita com 250 ml de leite integral, uma banana e duas colheres de aveia, ou o reforço no prato com mais arroz, feijão e uma porção de carne.

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Já no terceiro trimestre, esse aumento sobe para cerca de 450 kcal. Um bom exemplo seria incluir uma salada de frutas com castanhas, além do acréscimo citado anteriormente. Nada de exageros: apenas ajustes pontuais, com foco em nutrientes de verdade.

Lidando com os enjoos: o que pode ajudar (e o que piora)

Para muitas mulheres, o início da gravidez vem acompanhado de náuseas e vômitos. Esses sintomas, embora comuns, podem afetar a ingestão adequada de alimentos. Ana Carolina Roos destaca algumas estratégias que funcionam bem nesse cenário:

Evite longos períodos em jejum. Aposte em refeições pequenas e frequentes, com alimentos secos, como torradas e biscoitos leves. Preparações com pouca gordura e aroma suave tendem a ser mais bem toleradas, assim como bebidas e comidas em temperatura ambiente ou frias.

Frutas cítricas como abacaxi, limão e maracujá podem trazer alívio, assim como o gengibre, que tem propriedades reconhecidas no combate às náuseas — seja em forma de chá ou balas específicas. O importante é observar as reações do corpo e adaptar a alimentação conforme a tolerância de cada dia.

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Suplementos: aliados invisíveis no desenvolvimento do bebê

Mesmo com uma alimentação equilibrada, alguns nutrientes precisam de reforço. Durante a gestação, o corpo da mulher tem exigências que só com suplementação conseguem ser atendidas. Ácido fólico, ferro e ômega-3 são os mais indicados.

“O ácido fólico deve ser consumido ainda antes da gravidez e mantido até o final do primeiro trimestre”, explica Ana Carolina. Já o ferro entra como prevenção à anemia materna e costuma ser recomendado durante toda a gestação. O ômega-3, essencial para o desenvolvimento do cérebro e da visão do bebê, deve ser introduzido a partir da 12ª semana.

Outros suplementos podem ser indicados, dependendo da rotina e da saúde da gestante. Por isso, nada de tomar vitaminas por conta própria: a orientação médica ou de um nutricionista é indispensável.

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Alimentos proibidos: o que realmente deve ficar fora do cardápio

Alguns cuidados não são apenas recomendação: são regra de ouro para uma gravidez segura. Entre eles, o mais importante é evitar completamente o consumo de álcool. “Não existe dose segura. O etanol atravessa a placenta e pode causar síndrome alcoólica fetal, aborto e outros problemas graves”, alerta a professora.

Além disso, é essencial reduzir ao máximo o consumo de ultraprocessados, fast-foods e alimentos ricos em gorduras ruins, que pouco agregam em termos de nutrientes. Priorize sempre comidas in natura e minimamente processadas.

Chás e fitoterápicos também pedem atenção. Muitas plantas, mesmo que “naturais”, podem ter efeitos tóxicos para o feto ou desencadear contrações uterinas. As únicas opções seguras citadas por Ana Carolina são o chá de camomila e o de gengibre, e ainda assim com moderação e orientação.

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Uma jornada mais leve e consciente começa no prato

Durante a gestação, cada refeição tem o potencial de se transformar em um gesto de carinho com o bebê e com o próprio corpo. Nutrir-se bem vai muito além de seguir uma dieta rígida — trata-se de entender o que o corpo pede, o que o bebê precisa e como encontrar equilíbrio nessa dança de hormônios, emoções e transformações.

Como resume Ana Carolina Roos, a nutrição nesse período é “crucial e estratégica”, e deve ser personalizada com o auxílio de profissionais. Isso garante não apenas uma gravidez mais saudável, como também contribui para o vínculo entre mãe e filho — que começa, aliás, muito antes do nascimento.