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Comportamento

Paranaenses nunca viajaram tanto: o boom que está movimentando o turismo dentro e fora do Estado

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viagem malas - Paranaenses nunca viajaram tanto: o boom que está movimentando o turismo dentro e fora do Estado

Há momentos em que números contam histórias melhores do que qualquer narrativa. E, segundo a pesquisa mais recente do IBGE, o Paraná vive exatamente um desses capítulos: nunca se viajou tanto pelo Estado — e nunca tantos paranaenses fizeram as malas para descobrir novos lugares. O movimento é tão expressivo que já reposiciona o Estado no cenário turístico brasileiro, revelando tendências, mudanças culturais e um apetite crescente por experiências fora de casa.

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A pesquisa Pnad Contínua – Turismo, divulgada em outubro, mostra que o interesse por viagens atingiu um patamar histórico. E esse recorde não se limita ao vai e vem entre fronteiras: ele reorganiza rotinas, impulsiona a economia e transforma o Paraná em um polo que desperta curiosidade, acolhe visitantes e, ao mesmo tempo, envia seus moradores para explorar o Brasil inteiro.

Um salto que reflete novos hábitos

Segundo o levantamento, os paranaenses realizaram 1,52 milhão de viagens em 2024, e impressiona notar que 96,7% delas tiveram destinos nacionais. A alta de 12,9% em relação ao ano anterior evidencia não apenas um retorno pós-pandemia, mas uma consolidação do hábito de viajar como parte da vida cotidiana. Basta comparar com 2021 — quando ainda havia reflexos da Covid-19 — para perceber o salto: naquela época, eram apenas 772 mil viagens, menos da metade do volume atual.

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Esse crescimento coloca o Paraná entre os estados que mais viajam no país, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Em outras palavras, o paranaense está mais presente nas estradas, nos aeroportos e nos roteiros turísticos do Brasil.

Paraná, o destino queridinho da Região Sul

O fenômeno não acontece apenas na saída: o movimento de entrada também impressiona. O Estado recebeu 1,25 milhão de viagens nacionais em 2024, um aumento de 9,1% em relação ao período anterior. Quando comparado a 2021, o avanço chega a 81,9%, consolidando o Paraná como o destino mais procurado da Região Sul.

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Essa posição estratégica também se reflete em números internacionais. De janeiro a agosto, mais de 764 mil turistas estrangeiros entraram no estado — uma alta de 22,9% em relação ao ano anterior. É um crescimento consistente que coloca o Paraná entre os quatro principais portões de entrada do Brasil, ao lado de gigantes do turismo como São Paulo e Rio de Janeiro.

A viagem como refúgio e prazer

A pesquisa também ajuda a entender o que move o turista paranaense. E a resposta tem cada vez mais a ver com lazer. Em 2024, 85,1% das viagens foram motivadas por motivos pessoais — e, entre elas, o lazer já supera visitas familiares e tratamentos de saúde.

O dado revela algo maior do que uma simples mudança de destino. Ele aponta para um comportamento contemporâneo, marcado pela busca de descanso, bem-estar e experiências significativas. Viajar, nesse contexto, deixa de ser exceção e se torna uma forma de respiro, autocuidado e reconexão — algo que dialoga diretamente com o estilo de vida de quem acompanha tendências, celebridades, novelas e tudo o que inspira prazer no cotidiano.

Gastos, rotinas e preferências: o retrato do viajante paranaense

A média de gastos também traz nuances interessantes: cada turista desembolsa cerca de R$ 270 por dia, totalizando R$ 1.588 por pessoa, com estadias que se aproximam de seis noites. É um comportamento que equilibra planejamento e desejo de aproveitar ao máximo a experiência fora de casa.

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No transporte, o carro ainda é rei. 62,9% das viagens acontecem sobre quatro rodas, reforçando o espírito de liberdade que acompanha as estradas. Avião e ônibus aparecem em seguida, com leve crescimento em relação ao ano anterior — sinal de que a retomada do setor aéreo e rodoviário continua em expansão.

Quanto à hospedagem, a casa de amigos e familiares segue imbatível, aparecendo em 41,8% dos casos. Mas também ganha destaque a busca por experiências mais fluidas: hostels, campings, acomodações alternativas e até o não uso de hospedagem tradicional crescem com naturalidade, acompanhando o estilo flexível de uma geração que valoriza espontaneidade.