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Publicidade infantil em xeque: o que está por trás da suspensão dos bolinhos Ana Maria?

A relação entre produtos infantis e publicidade sempre foi delicada, mas agora ela ganha um novo capítulo no Brasil. Os bolinhos Ana Maria, conhecidos por integrarem o lanche de gerações de crianças, estão no centro de uma polêmica que reacende o debate sobre os limites éticos da propaganda voltada ao público infantil. O Procon do Rio de Janeiro determinou a suspensão imediata das campanhas publicitárias da marca na cidade, após uma denúncia apresentada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
A decisão proíbe que novos conteúdos direcionados a crianças sejam divulgados e exige a remoção de publicações já existentes nas redes sociais. A medida também veta ações promocionais com brindes ou abordagens visuais que possam ser interpretadas como estratégias de sedução emocional voltadas aos pequenos. Essa proibição atinge diretamente uma prática bastante comum: o uso de personagens coloridos, linguagem infantilizada e influenciadores mirins para atrair a atenção do público mais jovem.
Segundo o Idec, as campanhas da marca ferem o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao promover alimentos ultraprocessados com apelos que vão além do sabor. A entidade criticou o uso de recursos que sugerem vantagens para a saúde ou felicidade da criança, o que pode ser considerado um incentivo enganoso ao consumo precoce e frequente de produtos com baixo valor nutricional.
A repercussão não se limitou à esfera municipal. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) confirmou que acompanha o caso em nível federal e que as denúncias estão em avaliação preliminar. Dependendo do desdobramento, a empresa poderá enfrentar sanções adicionais.
A fabricante dos bolinhos, a Bimbo do Brasil, foi formalmente notificada e tem 20 dias para apresentar sua defesa. A marca também deverá entregar os contratos assinados com os influenciadores digitais envolvidos na divulgação dos produtos, uma vez que a atuação dessas figuras nas redes sociais também está sob análise da fiscalização.
No centro dessa discussão está uma questão fundamental: até onde vai o limite da publicidade quando o público-alvo são crianças? O Procon argumenta que a medida se baseia em diretrizes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que reforça a necessidade de proteger grupos vulneráveis do uso comercial de sua inocência e da dificuldade em distinguir propaganda de conteúdo real.
Até o momento, a Bimbo do Brasil não se pronunciou publicamente. O mesmo vale para os perfis de influenciadores citados na denúncia. A Meta, empresa responsável pelo Instagram e pelo Facebook, plataformas onde boa parte da campanha circulou, afirmou que não irá comentar a decisão do Procon.

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