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Pulgas em cães e gatos: os perigos invisíveis que rondam a saúde do seu pet

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Elas são ágeis, discretas e quase invisíveis a olho nu. As pulgas em cães e gatos muitas vezes são vistas apenas como um incômodo passageiro, algo que causa coceira e algum desconforto. Porém, o que muitos tutores ainda ignoram é que essas pequenas parasitas podem carregar consigo um arsenal de doenças — algumas sérias, contagiosas e até fatais. Por trás de cada salto, pode haver muito mais do que se imagina: infecções, verminoses, inflamações e até complicações hematológicas que comprometem o bem-estar do animal.

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Entender os reais perigos por trás da infestação de pulgas é o primeiro passo para manter seu amigo de quatro patas protegido. Afinal, quando se trata de saúde animal, a prevenção vale muito mais que o tratamento.

Pulgas: não é “só uma coceirinha”

É verdade que os primeiros sinais de uma infestação por pulgas costumam se manifestar de forma simples: o pet se coça mais que o normal, morde a pele e pode apresentar vermelhidão. Mas a saliva da pulga contém substâncias alergênicas potentes.

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Em alguns animais, isso desencadeia a Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP), uma inflamação cutânea intensa que causa feridas, queda de pelos e, em casos crônicos, infecções bacterianas secundárias. É um processo doloroso, desconfortável e que exige tratamento veterinário cuidadoso.

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Doenças invisíveis, mas perigosas

A pulga é um vetor: ou seja, ela pode carregar e transmitir micro-organismos perigosos. Um exemplo é o parasita Dipylidium caninum, uma tênia que infecta o pet ao ser ingerida durante a lambedura. Essa verminose intestinal pode causar diarreia, perda de apetite, irritação anal e queda de peso. Os donos frequentemente observam pequenos segmentos brancos nas fezes — parecidos com grãos de arroz.

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Outro problema comum é a anemia, causada pela perda de sangue em infestações intensas, especialmente em filhotes ou animais já debilitados. As mucosas ficam pálidas, o pet perde a disposição, e a recuperação pode ser lenta. Nos gatos, o alerta é ainda maior. A bactéria Mycoplasma haemofelis, transmitida pela picada da pulga, é a causadora da micoplasmose felina, que ataca as células vermelhas do sangue e desencadeia uma anemia grave.

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Em casos avançados, o felino pode precisar de transfusão sanguínea. E o perigo pode ultrapassar os limites do mundo animal: as pulgas também podem transmitir a bactéria Bartonella henselae, causadora da doença da arranhadura do gato, que acomete seres humanos — principalmente crianças ou pessoas com imunidade baixa. O contágio se dá por meio de arranhões ou mordidas de gatos infectados pela bactéria presente em pulgas.

A visão dos especialistas

Para o médico-veterinário e parasitologista Dr. Eduardo Adorno, é essencial compreender que “uma única pulga no animal pode significar dezenas de ovos espalhados pelo ambiente, prontos para eclodir e reiniciar o ciclo. Por isso, o tratamento precisa ir além do pet e incluir o ambiente doméstico”.

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Já a veterinária clínica Dra. Cláudia Lemos, que atua na linha preventiva, destaca: “O maior erro dos tutores é só tratar quando veem pulgas. Em climas quentes e úmidos, o ciclo desses parasitas acelera, e a infestação pode ocorrer silenciosamente. A proteção precisa ser contínua, mesmo sem sinais visíveis”.

Como proteger seu pet — e sua casa

A boa notícia é que, com cuidados preventivos regulares, seu pet pode viver longe desses riscos. O uso mensal de antipulgas (em pipetas, comprimidos ou coleiras) é o primeiro escudo contra infestações. A higienização dos ambientes também é crucial: aspiração frequente, lavagem de roupas e camas dos pets com água quente, e o uso de produtos específicos para desinfecção são aliados poderosos.

Outra medida importante é observar mudanças de comportamento: coceiras repetitivas, irritação na pele, perda de peso ou apatia podem ser sinais de alerta. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação rápida e sem sequelas.