Comportamento
Sinais silenciosos de que você tem medo de se apaixonar

Você já se pegou desinteressada justamente quando tudo parecia perfeito? Ou talvez sinta que seus relacionamentos nunca passam da superfície, por mais que o outro demonstre carinho. Se isso acontece com frequência, pode não ser apenas coincidência ou falta de conexão — talvez seu próprio coração esteja em modo de defesa. O medo de se apaixonar pode se manifestar de forma sutil, mascarado por escolhas repetitivas, ansiedade e autossabotagem. E muitas vezes, quem vive isso, sequer percebe.
Segundo a psicóloga clínica Renata Spallicci, esse receio inconsciente de se entregar emocionalmente está muitas vezes ligado a vivências antigas de dor ou frustração. “O medo da rejeição e o trauma de relações passadas formam bloqueios emocionais. A pessoa, sem perceber, aprende a evitar qualquer situação que represente uma chance real de envolvimento”, explica a especialista. E o mais curioso: quem tem esse medo costuma acreditar que apenas está sendo seletiva — quando, na verdade, está apenas fugindo da intimidade.
A ilusão do “ninguém serve”
Um dos comportamentos mais comuns em quem tem medo de se apaixonar é o hábito de idealizar demais o parceiro. A exigência excessiva por alguém “perfeito”, com todas as qualidades e zero defeitos, pode parecer exigência — mas, segundo Renata, trata-se de uma estratégia emocional para evitar riscos. “Se ninguém é bom o suficiente, logo, você nunca precisa se comprometer. É uma forma de proteção emocional muito comum”, afirma.
Essa armadilha da idealização faz com que relacionamentos promissores sejam descartados cedo demais, por motivos superficiais. Um comentário mal colocado, um hábito banal ou uma diferença de gosto viram desculpa para encerrar algo que poderia florescer. E, assim, a pessoa se convence de que o problema está sempre nos outros.
A química da fuga
Outro indício de que você talvez tema o amor mais do que gostaria de admitir é quando a paixão só aparece onde há rejeição. Se os seus maiores interesses amorosos sempre envolvem pessoas indisponíveis, emocionalmente distantes ou até comprometidas, esse padrão precisa ser observado com atenção.

Para o psiquiatra e pesquisador Martins de Barros, há uma explicação neuropsicológica para isso. “Pessoas que têm medo de intimidade sentem-se mais confortáveis em relações onde não há risco de envolvimento real. É uma forma inconsciente de manter o controle”, pontua. Ao escolher quem nunca poderá corresponder totalmente, o sentimento parece seguro — justamente porque nunca chegará a se concretizar de fato.
Ansiedade em alta, conexão em baixa
Outro sinal importante é a ansiedade que surge quando o relacionamento começa a se aprofundar. A intimidade, para quem tem medo de se apaixonar, é desconfortável, mesmo que exista desejo. Pode surgir um impulso de se afastar sem motivo claro, um incômodo difícil de nomear ou até crises de dúvida sobre os próprios sentimentos.
A pessoa pode começar a evitar mensagens, desmarcar encontros ou simplesmente perder o interesse do nada. Essa retração é uma reação típica de quem tem feridas emocionais abertas. “Nesses momentos, o cérebro ativa a autoproteção. É como se o corpo gritasse: ‘não se aproxime demais, você pode se machucar de novo’”, explica Daniel.
A cura começa pelo reconhecimento
Identificar que você pode estar com medo de se apaixonar não é motivo de vergonha — é, na verdade, um passo corajoso em direção a relações mais verdadeiras. Autoconhecimento e acolhimento são fundamentais nesse processo. Terapias, leituras sobre o tema, conversas honestas com pessoas de confiança e tempo para cuidar da própria história emocional são estratégias valiosas.
Renata Spallicci reforça que “não existe fórmula mágica para aprender a amar sem medo, mas é possível desenvolver segurança emocional. Quando a pessoa entende que pode ser amada e rejeitada, sem que isso defina seu valor, ela começa a se abrir para o amor com mais leveza”.

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.




