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Moda

SouABR: Algodão com origem rastreada ganha força no mundo da moda consciente

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Resumo
  • A Abrapa anunciou a política de adesão ao SouABR, programa que rastreia o algodão brasileiro produzido de forma responsável, com início em janeiro de 2026.
  • O projeto amplia a transparência na moda, permitindo que o consumidor rastreie a origem do algodão certificado ABR através de etiquetas com QR Code.
  • Apenas peças com mínimo de 50% de algodão certificado poderão participar, garantindo autenticidade e sustentabilidade na cadeia têxtil.
  • Marcas e fornecedores deverão integrar a plataforma SouABR, registrando informações da produção até o varejo.
  • A nova fase inclui cobrança anual e taxas por etiquetas, consolidando o SouABR como referência em rastreabilidade e moda ética no Brasil.

Na passarela do consumo consciente, o algodão brasileiro está prestes a dar um passo que promete impactar a maneira como escolhemos nossas roupas. Durante o Congresso Internacional da Abit 2025, em São Paulo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) formalizou a nova política de adesão ao programa SouABR, um sistema que rastreia cada etapa do algodão produzido com responsabilidade socioambiental. A medida entra em vigor em janeiro de 2026 e vai além do discurso: ela propõe rastreabilidade real, visível, acessível — com etiquetas e QR Codes que contam toda a história da peça.

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O SouABR nasceu em 2019 como uma ramificação do Movimento Sou de Algodão, e sua primeira coleção rastreável chegou ao mercado dois anos depois. Agora, o projeto entra em nova fase, abrindo espaço para marcas de fiação ao varejo participarem da cadeia com total transparência — da lavoura até o cabide.

Um novo padrão de moda: rastrear é valorizar

A proposta do programa é simples, mas poderosa: garantir que o algodão utilizado pelas marcas tenha origem rastreável e sustentável, desde o campo até o ponto de venda. Para isso, será necessário seguir alguns critérios importantes. Apenas produtos com no mínimo 50% de algodão na composição poderão ser incluídos — e essa matéria-prima precisa estar certificada com o selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável). Misturas com fibras recicladas, orgânicas, Pima ou não certificadas ficam de fora da validação.

algodao - SouABR: Algodão com origem rastreada ganha força no mundo da moda consciente

Essa exigência cria uma espécie de curadoria ética, que não apenas incentiva a adoção de práticas mais limpas, como também fortalece o elo entre produção agrícola, indústria e consumidor final. Afinal, vestir uma peça com rastreabilidade é saber o que se carrega no corpo — é ativar uma escolha que tem história, identidade e impacto real.

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Transparência por todos os lados

A nova política exige que as empresas participantes se conectem à plataforma SouABR para inserir as informações de rastreabilidade, seja por integração via API, por planilhas ou cadastros manuais. Além disso, as etiquetas com QR Code tornam-se obrigatórias, oferecendo ao consumidor final o acesso direto à origem da peça — algo que ressoa fortemente com a nova geração de consumidores preocupados com o impacto ambiental e social da indústria da moda.

Um detalhe essencial dessa fase é que as marcas precisarão estimular toda a sua cadeia produtiva a aderir ao sistema. Isso significa envolver fornecedores, fiações, tecelagens e demais elos industriais. O compromisso, então, não é apenas institucional, mas coletivo — o que eleva o patamar da moda ética no Brasil.

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Com o novo modelo, o SouABR também passa a cobrar anuidade e taxa para emissão das etiquetas rastreáveis, com valores proporcionais ao tamanho e volume de produção de cada empresa. Esse ajuste marca a transição de um projeto-piloto para uma política de escala, com foco em engajamento ampliado e sustentabilidade econômica do programa.