Moda
Taxa das blusinhas muda hábitos das fashionistas online no Brasil

Resumo
- A chamada taxa das blusinhas fez o número de brasileiras que desistiram de compras internacionais saltar de 13% para 38% em pouco mais de um ano
- Jovens entre 16 e 40 anos, com ensino superior e maior poder aquisitivo, são os que mais abandonaram os carrinhos virtuais
- A procura por produtos de marcas nacionais cresceu, indicando uma mudança no comportamento de consumo e valorização do mercado local
- Além da taxa, o ICMS elevado e o valor do frete também são grandes responsáveis pelo abandono de compras em sites internacionais
- A nova realidade faz surgir uma consumidora mais estratégica e consciente, que busca estilo, praticidade e economia ao mesmo tempo
Se antes as plataformas internacionais eram um paraíso para quem amava renovar o look com preços baixos, agora o cenário está bem diferente. A chamada taxa das blusinhas — imposto obrigatório aplicado a compras online de sites estrangeiros desde 2024 — virou um divisor de águas na rotina de quem ama uma pechincha internacional. E a pesquisa Retratos do Brasil mostra que essa mudança já bateu forte no cartão de crédito das brasileiras.
Segundo o levantamento, a desistência de compras internacionais saltou de 13% para 38% em pouco mais de um ano. Ou seja: mais de um terço das consumidoras preferiu abandonar o carrinho virtual a pagar taxas extras que encarecem até aqueles itens que pareciam irresistíveis.

Esse movimento não acontece por acaso. Jovens entre 16 e 40 anos — justamente quem mais usava os e-commerces estrangeiros para montar looks moderninhos — estão desistindo com mais frequência. Além disso, mulheres economicamente ativas, com ensino superior e renda mais elevada, também estão evitando importar.
A moda internacional continua tentadora, mas o bolso está falando mais alto.
O retorno do consumo nacional
Curiosamente, a queda nas compras lá de fora abriu espaço para uma valorização do que é feito aqui. O interesse por marcas brasileiras cresceu de 22% para 32% no mesmo período.
E não para por aí:
- Mais pessoas estão voltando às lojas físicas para comparar preços e fugir das taxas
- A busca por alternativas similares em outros sites internacionais aumentou, mas com muito critério
A moda continua sendo um prazer, mas agora com estratégia: se não dá para trazer aquela blusinha dos sonhos de fora sem susto no imposto, a solução tem sido adaptar e buscar novas opções.
Frete e ICMS: os outros vilões das compras online
A taxa das blusinhas não está sozinha na lista de motivos para abandonar o carrinho. O estudo mostra ainda um aumento nas desistências por:
- ICMS, que elevou a desistência de 32% para 36%
- Frete caro, que hoje faz 45% das pessoas desistirem de termos importados
Com tantos custos extras, o produto que parecia baratinho vira um luxo inesperado — e ninguém quer ser surpreendida quando o pacote chega.
O novo closet digital da consumidora brasileira
Diante de tudo isso, surge um novo comportamento: o consumo mais consciente. Talvez não dê mais para comprar aquela blusinha por impulso às 2 da manhã, mas essa mudança trouxe uma vantagem: mais valorização das peças, mais pesquisa, mais estilo com propósito.
As brasileiras continuam apaixonadas por moda — apenas aprenderam a olhar primeiro para o bolso… e para as etiquetas nacionais.

Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.



