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Tecnologia inédita usa IA para antecipar risco de violência doméstica no Paraná

Resumo
• O Paraná apresentou uma tecnologia inédita de inteligência artificial que prevê risco de novas agressões a mulheres, analisando dados de 2010 a 2023.
• O sistema cruza mais de 15 milhões de informações para identificar padrões de violência e gerar um índice de risco que orienta ações preventivas da polícia.
• A ferramenta apoia, mas não substitui, a análise profissional, reforçando decisões baseadas em dados sem perder a avaliação humana de cada caso.
• A IA permitirá respostas mais rápidas e eficientes, garantindo prioridade para mulheres em alto risco e fortalecendo políticas de proteção.
• O projeto segue em desenvolvimento até 2026, em parceria com o BID, e representa um avanço importante no combate à revitimização feminina.
A tecnologia começa a ocupar um papel decisivo no enfrentamento à violência doméstica, especialmente quando se trata de impedir que mulheres já agredidas voltem a ser vítimas. É nesse cenário que o Paraná apresenta uma iniciativa pioneira no Brasil: um sistema de inteligência artificial capaz de mapear o risco de revitimização e orientar estratégias de proteção de forma mais rápida e precisa.
Desenvolvido pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp), o Algoritmo de Revitimização de Violência Doméstica analisa um enorme volume de dados — Boletins de Ocorrência Unificados e formulários oficiais do Conselho Nacional de Justiça — produzidos entre 2010 e 2023. A proposta é que, com base em padrões detectados nos registros passados, seja possível prever situações que tendem a se repetir no futuro, permitindo intervenções imediatas e salvando vidas.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, a IA ampliará a capacidade do Estado de responder preventivamente. “A tecnologia trará muitos benefícios. Iremos ampliar a capacidade que temos de prever uma possível reincidência do agressor, qualificar o atendimento policial e, o principal, que é ampliar a nossa rede de proteção às mulheres em situações de violência”, destacou.
Como a inteligência artificial identifica riscos de novas agressões
O sistema, ainda em desenvolvimento, cruza mais de 15 milhões de informações provenientes de boletins de ocorrência e do Formulário Nacional de Avaliação de Risco (FONAR). A partir desse conjunto, a inteligência artificial constrói um mapeamento de fatores que historicamente aumentam a probabilidade de novas agressões.
Entram nessa análise elementos como:
- se o casal tem filhos,
- se há dependência financeira,
- se o agressor está desempregado ou enfrenta instabilidade econômica,
- se possui acesso a armas de fogo.
A partir desses dados, o sistema gera um índice de risco que varia entre 0 e 1, permitindo que policiais identifiquem rapidamente casos que exigem respostas urgentes.
Durante o Seminário de Dados e Inteligência Artificial em Segurança Pública, o responsável técnico pelo projeto, coronel Cláudio Todisco, explicou que a ferramenta utiliza registros das polícias Militar e Civil para antever cenários críticos. “Utilizamos um grande volume de dados das polícias Militar e Civil paranaenses. O objetivo é aumentar a capacidade de prever reincidências e garantir respostas mais precisas”, afirmou.
Ferramenta não substitui análise humana, mas fortalece a atuação das forças de segurança
Embora o algoritmo produza indicadores detalhados, ele não elimina a necessidade de avaliação profissional. A delegada da Mulher de Curitiba, Emanuele Maria de Oliveira Siqueira, reforça que a tecnologia atua como suporte, não como decisão final. “O uso da inteligência artificial não substituirá a avaliação caso a caso dos agentes envolvidos, mas subsidiará ações de prevenção fundamentadas em dados estatísticos”, explicou.
Essa combinação de análise humana com dados complexos tende a tornar o atendimento mais assertivo, especialmente em situações urgentes, onde cada minuto pode determinar o desfecho.
Proteção orientada por dados pode evitar revitimização
A violência doméstica costuma seguir padrões repetitivos, e o desafio das autoridades está justamente na identificação precoce desses ciclos. Para a coordenadora estadual da Patrulha Maria da Penha, capitã Carolina Ferraz Zancan, a IA permitirá direcionar esforços para casos realmente críticos. “A violência contra a mulher tem muitos padrões bem definidos e o algoritmo traz um score. O mais importante é que nenhuma mulher em situação de alto risco fique desprotegida”, afirmou.
Além de orientar ações emergenciais, o sistema também ajudará no planejamento de políticas públicas, ampliando a rede de apoio, fortalecendo atendimentos e otimizando recursos.
Desenvolvimento segue até 2026
O projeto é conduzido pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape/Sesp) em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O processo envolve etapas rigorosas de coleta, tratamento e modelagem de dados, com validações e testes que continuam ao longo dos próximos anos.
A tecnologia foi apresentada durante evento que contou com participação de especialistas como Laura Schiavon, doutora em Tecnologia pela PUC-Rio, e membros do Cape, como o 2º sargento Reginaldo, integrante da equipe de desenvolvimento. Também estiveram presentes autoridades da Sesp, como o coronel Saulo de Tarso Sanson Silva e o coronel Dalton Gean Perovano, coordenador do Programa Mulher Segura.
Um avanço que aproxima proteção e tecnologia
Mais do que um projeto tecnológico, o algoritmo representa um novo capítulo no combate à violência de gênero no país. A proposta de unir estatística, inteligência artificial e análise humana abre espaço para uma proteção mais ampla, ágil e eficiente — especialmente para mulheres que vivem sob ameaça constante.
Em um contexto onde a violência doméstica ainda é uma realidade devastadora, iniciativas como essa reforçam um compromisso essencial: impedir que histórias de abuso se repitam e garantir que nenhuma mulher caminhe sozinha rumo à própria segurança.

Social Midia e crítica de cultura pop, Renata domina o mundo das fofocas e novelas como ninguém. Com uma trajetória em grandes portais de entretenimento, ela traz uma visão divertida e crítica sobre os bastidores do universo das celebridades e das tramas de novelas. Renata é conhecida pelo seu tom bem-humorado e envolvente, que leva os leitores a se sentirem parte dos acontecimentos, discutindo os detalhes de suas novelas favoritas e compartilhando curiosidades imperdíveis das estrelas.



