Consumir carne faz parte da rotina de milhões de pessoas, mas estudos recentes mostram que, quando se trata de carnes processadas, o exagero pode ser um vilão para o cérebro. Publicado no prestigiado periódico Neurology, um estudo aponta que alimentos como bacon, salsicha e mortadela podem estar associados a um maior risco de demência e declínio cognitivo.
Segundo os pesquisadores, ingerir apenas um quarto de porção diária de carne processada já eleva em 13% o risco de desenvolver demência, quando comparado a quem consome menos de um décimo de porção por dia. Para se ter uma ideia, uma porção padrão desses alimentos equivale a cerca de 85 gramas, o que corresponde a dois pedaços de bacon, uma fatia e meia de mortadela ou um cachorro-quente.
Além disso, o estudo revelou que um aumento diário de uma porção de carne processada está ligado a um envelhecimento cerebral de até 1 ano e 6 meses. “Isso acontece devido ao alto teor de sódio, ferro heme e outros aditivos usados no processamento desses alimentos, que desencadeiam respostas inflamatórias e distúrbios metabólicos, como a resistência à insulina”, explica o Dr. Mingyang Song, pesquisador do estudo, em entrevista à CNN.
O excesso de sódio, por exemplo, está relacionado a danos no sistema vascular, que prejudicam a circulação de sangue e nutrientes para o cérebro. Já o ferro heme, encontrado em altas concentrações na carne vermelha, pode gerar um acúmulo de radicais livres, responsáveis por acelerar o envelhecimento celular. Além disso, os aditivos químicos usados para conservar e realçar o sabor dessas carnes podem ter efeitos neurotóxicos, afetando diretamente as funções cerebrais.
Apesar dos resultados alarmantes, é importante observar que o estudo foi baseado em métodos observacionais. Isso significa que, embora exista uma associação, ainda não se pode afirmar que o consumo de carnes processadas seja uma causa direta da demência ou de outros problemas cognitivos. Segundo a nutricionista brasileira Carla Mendes, “mais estudos são necessários para comprovar essa relação, mas já sabemos que adotar uma alimentação mais equilibrada, com foco em alimentos frescos e naturais, traz inúmeros benefícios à saúde, incluindo a saúde mental”.
Adotar uma dieta que priorize vegetais, grãos integrais, oleaginosas e proteínas magras, como peixes ou leguminosas, pode ser uma alternativa para quem busca manter o cérebro ativo e saudável. Aliás, especialistas como o Dr. Rafael Soares, neurologista, recomendam “reduzir gradualmente o consumo de alimentos processados e optar por refeições preparadas em casa, onde o controle sobre os ingredientes é maior”. Segundo ele, isso não apenas beneficia o cérebro, mas melhora a saúde geral do organismo.
Portanto, antes de encher o carrinho do supermercado com carnes processadas, que tal considerar como essas escolhas impactam a saúde a longo prazo? Afinal, cuidar da mente começa pelo prato, e pequenas mudanças na alimentação podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida e no bem-estar.
Especialista em Moda e estilo pessoal, Clara é apaixonada por transformar o guarda-roupa de suas leitoras em uma expressão autêntica de sua personalidade. Formada em Design de Moda, Clara escreve com o intuito de trazer dicas acessíveis e práticas, que valorizam cada tipo de corpo e estilo. Suas matérias vão além das tendências: Clara acredita que a moda é uma forma de empoderamento e autoconhecimento, inspirando leitoras a se expressarem com confiança.